O navio tanque de LNG British Sponsor, com bandeira do Reino Unido, recebeu o primeiro carregamento de gás natural extraído do fundo do mar de Moçambique através da plataforma Coral Sul FNLG.
Na vertente externa, e devido ao conflito militar que estamos a viver na Ucrânia, o projeto de Moçambique parece poder contar com um aumento da sua importância estratégica dada a necessidade de substituição do gás natural russo que abastecia o norte da Europa, a baixo preço, para o qual a União Europeia procura uma solução.
Na vertente interna de Moçambique, a situação não é assim tão animadora. A empresa Francesa Total viu-se forçada a declarar “Force Majeure” por motivos de falta de segurança na zona da Afungui onde estava a ser construída uma verdadeira “cidade do gás”, um projeto onde se prevê a construção de 2 trems de armazenagem de gás natural que deverão ser acrescidos a 5 com outro projeto onde se inclui a ENI e a Exxon.
No caso de Moçambique, uma das soluções pode passar por alterar os projetos de gás natural para um sistema off shore, conforme o projeto da ENI.
A falta de segurança naquela zona do país tem levado as empresas promotoras destes projetos a pensar em alternativas.
Se por um lado há a necessidade de encontrar soluções que substituam o gás natural que a Rússia está a deixar de fornecer à Europa, nas soluções a encontrar há que ter em conta os custos destas operações e saber se o gás natural é o real substituto do petróleo na economia mundial.
No caso de Moçambique, uma das soluções pode passar por alterar os projetos de gás natural para um sistema off shore, conforme o projeto da ENI. Embora mais caros e com menor eficiência operacional, esta pode ser a solução encontrada para aumentar a segurança destes projetos.
Independentemente da solução encontrada, será muito importante para Moçambique, no âmbito do cumprimento dos compromissos dos promotores destes projetos para com o conteúdo local, que o país possa ter capacidade para criar uma mão de obra qualificada para obter conhecimento, capacidade e certificação de nível internacional, quer para os seus projetos nacionais quer para poder exportar mão de obra num futuro próximo.
PEDRO MONJARDINO
Diretor Geral da Strategio Consulting