Representantes de nove estados-membros maioritariamente do Leste disseram à comissária europeia dos Transportes, Adina Valean, que estão contra o Pacote da Mobilidade.
Reunidos com Adina Valean estiveram os ministros dos Transportes de Bulgária, Roménia, Chipre, Hungria, Letónia, Lituânia, Malta, Polónia e Estónia. Sustentaram que o Pacote de Mobilidade, prestes a ser ratificado, “contradiz a liberdade básica de prestação de serviços no mercado único, o princípio da livre circulação de trabalhadores, tal como as políticas e objectivos da UE em termos ambientais”.
Para os países que se opõem às novidades trazidas pelo Pacote da Mobilidade, a exigência de que os camiões regressem ao Estado-membro de estabelecimento pelo menos uma vez a cada oito semanas “contradiz os ambiciosos objectivos climáticos da UE no novo Acordo Verde Europeu”, uma vez que, se for adoptada essa obrigação, “o resultado será um aumento significativo no número de viagens de camião em vazio nas estradas europeias e um aumento substancial das emissões de CO2 do sector dos transportes”.
Quanto à nova regulamentação da cabotagem, consideram-na “uma medida proteccionista que terá um efeito bastante negativo no mercado único”.
Os argumentos avançados estão, curiosamente, muito em linha com as reservas levantadas pela própria comissária dos Transportes, que alguns já acusam, assim, de falta de imparcialidade. A Comissão Europeia já admitiu “retocar” o Pacote da Mobilidade.