O Presidente José Raúl Mulino garantiu, no final de uma reunião com o secretário de Estado norte-americano, que o Canal do Panamá continuará sob controlo panamenho.
No final de um encontro com Marco Rubio, de visita oficial ao Panamá, o Presidente panamenho disse que “a soberania do Panamá não está em causa” e que “não há qualquer dúvida” nem negociação sobre o Canal do Panamá, que continuará a ser operado pelo país.
No entanto, Marco Rubio fez saber que os Estados Unidos consideram que o tratado de transferência de controlo do Canal do Panamá foi violado.
O secretário de Estado “deixou claro que o ‘status quo’ [do canal] é inaceitável e que, na ausência de mudanças imediatas, os Estados Unidos devem tomar as medidas necessárias para proteger os seus direitos nos termos do tratado”, afirmou aos jornalistas a porta-voz de Marco Rubio, Tammy Bruce.
O novo secretário de Estado norte-americano iniciou no Panamá a sua primeira viagem oficial ao estrangeiro, que o levará ainda à Guatemala, El Salvador, Costa Rica e República Dominicana.
A visita ao Panamá acontece num momento de tensão entre os dois países, depois de Donald Trump ter ameaçado retomar o controlo sobre o Canal do Panamá.
Durante a sua audição de confirmação no Senado, Marco Rubio sugeriu que a utilização do Canal do Panamá pela China viola os termos da transferência do Canal do Panamá para os panamianos.
O Canal do Panamá foi construído pelos Estados Unidos, que o inauguraram em 1914 e o administraram até à sua transferência para o estado panamiano em 31 de dezembro de 1999, conforme estabelecido nos Tratados Torrijos-Carter, assinados em 7 de Setembro de 1977, em Washington.
De acordo com a “Associated Press”, embora o Presidente do Panamá diga não estar aberto a negociações sobre o controlo do Canal do Panamá, há quem acredite que o país poderá aceitar um compromisso para que seja retirada a gestão das operações portuárias nos dois extremos do canal à Hutchison Ports.