O Parlamento Europeu votou a favor da inclusão do transporte marítimo no esquema de comércio de emissões (ETS, em inglês), que entra em vigor em 2022.
A votação no Parlamento Europeu foi favorável a que o o esquema de comércio de emissões passe a incluir as emissões das viagens dos navios dentro da Europa, bem como viagens internacionais que comecem ou terminem em qualquer porto da UE.
O transporte marítimo é o único sector que não é abrangido pelas metas da UE de reduzir as emissões, mas está sob crescente escrutínio, à medida que o bloco tenta direccionar os sectores para o plano comunitário de tornar-se “neutro para o clima” até 2050.
A inclusão no ETS obrigará os armadores a comprarem licenças de carbono da UE para cobrirem essas emissões. “É chegada a hora do princípio de ‘poluidor-pagador’ ser aplicado ao transporte marítimo”, afirmou a deputada alemã relatora do projecto, Jutta Paulus (grupo dos Verdes/Aliança Livre Europeia).
O alargamento ao shipping irá, provavelmente, adiar a implementação do ETS até 2023. Isso coincidirá com um prazo para a IMO publicar um plano de esforços globais de redução de emissões para o sector.
“A proposta de alargar o mercado de carbono da UE ao transporte marítimo internacional ignora as negociações globais já em andamento na IMO e corre o risco de aumentar as tensões comerciais num momento delicado para a economia mundial”, criticou Simon Bennett, vice-secretário-geral da ICS – Câmara Internacional de Shipping.
Se não forem controladas, as emissões de CO2 do transporte marítimo podem, pelas contas da IMO, aumentar em até 250% até 2050 em relação aos níveis de 2012. Isso frustraria as metas globais de conter as mudanças climáticas.