Ao não aceitar a criação do “gasóleo profissional”, o Governo perdeu uma receita potencial de 74,4 milhões de euros anuais, denunciou ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS o presidente da ATTIMA.
Na altura, em plena paralisação dos transportadores rodoviários de mercadorias, o Executivo justificou a recusa da criação do “gasóleo profissional” com as regras comunitárias e com a perda de receita fiscal, inaceitável num momento em que se pediam mais sacrifícios aos portugueses, disseram os responsáveis.
Em declarações ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS, Pedro Morais, presidente da ATTIMA, sustentou que quem ficou a perder foi o Governo – em termos de receita fiscal – e o País.
“As associações não pediram qualquer ajuda financeira, o que na verdade não foi bem esclarecido durante a acção dos transportadores”, começou por vincar.
“A medida mais importante – acrescentou – passava por termos gasóleo a preço semelhante ou ligeiramente inferior (1 a 2 cêntimos) a Espanha”. Os transportadores comprometiam-se a “converter o abastecimento de 25 mil camiões de Espanha para Portugal, em troca de uma redução de dois escalões em todas as portagens”.
O Estado encaixaria, assim “6,2 milhões de euros por mês em ISP e IVA sobre o gasóleo”, contabilizou. Além disso, “justificava-se a reabertura das áreas de serviço e postos de combustível fronteiriços, mantendo-se e criando-se postos de trabalho que lamentavelmente se vão continuar a extinguir”.
Contas feitas, rematou Pedro Morais, “quando um Governo não aceita uma receita de 74,4 milhões de euros/ano e continua a pedir esforços aos cidadãos, outra avaliação não poderemos fazer do que senão tratar-se de uma visão cega sobre a realidade dos maiores interessados em que o País funcione, produza e exporte, ou seja, os cidadãos e as empresas”.