As companhias de transporte marítimo que escalam nos portos chineses são “roubadas” nas taxas há vários anos, concluiu uma investigação realizada por Pequim. Como consequência, em 2018 as tarifas portuárias nos principais portos da China serão reduzidas em até um quinto.
A investigação anti-monopólio aos principais portos do país foi realizada, ao longo de dois meses, pela Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China (NDRC na sigla em inglês). Esta agência governamental descobriu uma série de irregularidades em vários grandes portos, incluindo Xangai, Tianjin, Ningbo-Zhoushan e Qingdao.
A investigação concluiu que as companhias de transporte marítimo foram obrigadas a usar serviços de reboque fornecidos por empresas afiliadas aos portos (sem serem oferecidas alternativas), as taxas de handling de cargas tinham muitas vezes preços excessivos e muitos termos não razoáveis foram adicionados aos contratos com as companhias de navegação.
Na sequência da investigação, a NDRC ordenou que os portos abrissem os seus mercados de reboque e abolissem termos de contrato injustos. Como resultado, os principais portos reduzirão entre 10% e 20% as taxas de movimentação de contentores a partir de 2018.
Meng Wei, porta-voz da NDRC, indicou que a redução nas taxas de handling de contentores nos principais portos poderá baixar os custos de logística de importação e exportação em torno de 3 500 milhões de yuans (447 milhões de euros) por ano.
A NDRC ordenou, além disso, que outras 39 companhias portuárias realizem auto-inspecções e rectifiquem os problemas encontrados nos principais portos. Ao longo dos próximos três anos, os operadores portuários da China terão de enviar relatórios operacionais detalhados ao departamento anti-monopólio da NDRC.