Numa perspectiva conservadora, só em 2022 a economia portuguesa regressará ao nível do PIB de 2019, estimam os economistas da Universidade Católica.
Há duas semanas, o Católica Lisbon Forecasting Lab/NECEP divulgou a estimativa para a economia de Portugal em 2020, estimando uma contracção do PIB entre 4% (cenário optimista, crise sanitária curta e recuperação rápida) e 20% (cenário pessimista, crise sanitária prolongada), apontando para um cenário central de queda de 10%.
Hoje, o NECEP avançou as previsões para 2021 e 2022.
Para 2021, o cenário optimista (crise sanitária curta e a recuperação económica forte já na segunda metade deste ano) estima que seria possível anular as perdas de 2020, com um ganho de 2,2% do PIB face a 2019, baixando a taxa de desemprego para 7%. O cenário pessimista estima uma degradação da economia, com queda do PIB acima de 20%, e taxa de desemprego próxima de 16% (com a passagem para o desemprego dos trabalhadores em lay-off).
Já o cenário central estima que em 2021 haja uma queda da economia de 4% face a 2019, sendo “necessário esperar por 2022 para se regressar ao nível de produto do ano passado”. Neste cenário central, a taxa de desemprego iria manter-se relativamente elevada, em cerca de 9%, podendo contudo “regressar a valores próximos dos 7% num cenário de recuperação forte em 2022”.
Já quanto a previsões para 2022, o cenário pessimista é de queda da economia acumulada de 15,7% face a 2019, o cenário optimista de recuperação de 3,3% e o cenário central de recuperação de 1,9%.
Já agora, relativamente ao primeiro trimestre acabado há dias, os economistas da Católica antecipam que o PIB terá variado, em termos homólogos, entre -0,3% e 1,3%, com a taxa de desemprego a fixar-se entre os 6,8% e os 7%. O arranque do ano até foi positivo, mas depois chegou a Covid-19, justificam.