Os pilotos de barra e portos iniciaram hoje o primeiro período de dois dias de greve, reclamando a antecipação da idade da reforma para os 60 anos.
Um primeiro momento de greve, previsto para os passados dias 6 e 7 do corrente, foi suspenso pelos sindicatos Oficiaismar e Sincomar, na sequência de contactos com o Ministério das Infraestruturas e do acordo para a realização de uma reunião, ontem mesmo. Que não aconteceu, e daí a retoma da paralisação.
No comunicado em que dão conta da não convocação da reunião prevista para ontem, os sindicatos sustentam que “Apesar dos desenvolvimentos políticos recentes, o Governo mantém a sua capacidade de decidir sobre este assunto cada vez mais urgente”.
“Se o actual Governo recusar concluir este dossier em termos aceitáveis pelo colégio de pilotos, desperdiçará o trabalho conjunto realizado ao longo dos últimos meses e implicará que novas negociações não começarão, provavelmente, antes de decorrido um ano”, acrescentam os sindicatos, sem adiantar se avançarão no entretanto com novas paralisações.
As administrações portuárias são também alvo das críticas do Oficiaismar e do Sincomar, “por se terem limitado a esperar que outros resolvam um problema comum. Ao recusarem apresentar e acordar um valor indicativo para a percentagem do salário em situação de pré-reforma, demitiram-se das suas responsabilidades”, refere o comunicado.
A demissão do ministro das Infraestruturas, João Galamba, ontem formalizada, é mais um escolho para a resolução deste diferendo, que se arrasta já há vários anos.
Os pilotos de barra e portos reclamam a “Consagração e implementação do direito dos Pilotos de Barra e Portos de antecipar, sem penalização, a idade de reforma para os 60 anos, em linha com o projecto de diploma subscrito pelos seus sindicatos representativos e pelas administrações portuárias em 7 de Agosto de 2019, que reconhece a natureza de risco, especialmente penosa e desgastante, da atividade profissional exercida pelo pessoal técnico de pilotagem ao serviço das administrações portuárias”, disseram no pré-aviso de greve.
A paralisação iniciou-se às 7 horas de hoje e prolongar-se-á até às 7 horas de dia 16. Seguir-se-ão outras paragens, “das 7:00 horas do dia 22 de Novembro às 7:00 horas do dia 24 de Novembro (…) e das 00:00 horas do dia 29 de Novembro às 24:00 horas do dia 30 de Novembro”.
No primeiro dia de cada período, a paralisação será total, “podendo prever a realização de uma manobra por porto com um navio com bens perecíveis no segundo dia”, segundo o pré-aviso de greve emitido em tempo.