A pirataria marítima atingiu, no ano passado, o nível mais baixo desde a década de 1990. O Golfo da Guiné continua a ser a região mais crítica.
No ano passado, registaram-se 132 incidentes de pirataria marítima em todo o mundo, de acordo com a Câmara de Comércio Internacional, citada pela DGRM. Nenhum envolveu navios de bandeira portuguesa.
Em 88% dos incidentes, os piratas lograram entrar a bodo, “com ameaças de armas de fogo ou armas brancas”, refere o comunicado da DGRM.
Os casos de 2021 ficam bastante abaixo dos 195 incidentes de 2020. Uma melhoria que se deve sobretudo à acção dos países dos grandes armadores mundiais – desde logo, com destaque para a Dinamarca -, mas também às medidas implementadas pelas próprias empresas gestoras dos navios.
A presença de forças navais internacionais e a cooperação com os estados costeiros são outros motivos para a redução da actividade dos piratas.
Ainda assim, lembra a DGRM, em 2021 “os piratas no Golfo da Guiné raptaram 57 pessoas de navios de marinha mercante”.
De resto, o “Golfo da Guiné continua a ser a pior zona do globo, pese embora tenha decrescido bastante o número de incidentes. Em 2020 tinham sido registadas 81 ocorrências e em 2021 apenas foram registadas 34 (-55%)”, acrescenta a DGRM.
A DGRM sublinha que no ano passado não ocorreram incidentes de pirataria com navios de bandeira portuguesa, “embora existam vários navios de bandeira lusa a atravessar zonas de risco”. Para isso terá também contribuído o novo enquadramento legal da segurança privada a bordo, com a DGRM a aprovar, só em 2021, “199 planos anti-pirataria para navios registados em Portugal”.