O relatório de 2023 do International Maritime Bureau (IMB) da ICC sobre a pirataria marítima dá conta de um aumento de casos e destaca o reaparecimento dos piratas somalis.
No ano passado, o IMB contabilizou 120 incidentes de pirataria, mais cinco do que os registados em 2022.
Segundo a organização, 105 navios foram abordados, nove foram alvos de tentativas de ataque, quatro acabaram sequestrados e dois estiveram sob fogo.
Os navios graneleiros foram os mais visados pelos assaltantes, com 45 incidentes registados, seguidos dos navios-tanque (34) e dos porta-contentores (18).
A maioria dos navios (63) foram abordados enquanto permaneciam ancorados, mas outros 46 foram alvos enquanto navegavam e 11 sofreram mesmo assaltos nos portos de escala.
Os estreitos de Singapura e de Malaca e o arquipélago da Indonésia foram as regiões onde se registaram mais incidentes (70). Mas o Golfo da Guiné continuou a ser a zona mais perigosa, tendo ali ocorrido três dos quatro sequestros de navios, todos os raptos e 75% dos reféns. A América do Sul registou 19 incidentes, dando-se o caso de 14 terem acontecido com navios ancorados no porto de Callao, no Peru.
O IMB destaca, porém, o navio graneleiro que foi sequestrado ao largo da costa da Somália, em Dezembro passado. Foi o primeiro caso desde 2017, que demonstra que os piratas somalis continuam operacionais.
Em linha com o aumento de incidentes, também o número de tripulantes vítimas das acções dos piratas aumentou em 2023, face a 2022. O IMB contabilizou 73 tripulantes que foram feitos reféns (haviam sido 40 no ano anterior) e 14 raptados (dois).