A actividade dos piratas nas águas de todo o mundo decresceu significativamente no primeiro semestre. Especialmente ao largo da Somália. Ainda assim, o Conselho Europeu aprovou uma nova iniciativa para ajudar as autoridades da região a melhor controlarem as suas águas.
No primeiro semestre deste ano, registaram-se 177 incidentes de pirataria, contra os 266 verificados na primeira metade de 2011, assinala o Bureau Marítimo Internacional da Câmara de Comércio Internacional no seu relatório global sobre a pirataria.
Entre Janeiro e Junho, 20 navios foram sequestrados e 334 marinheiros foram feitos reféns. Além disso, 80 navios foram abordados, 25 estiveram sob ataque com armas de fogo e foram ainda reportadas 52 tentativas de assalto.
Pelo menos quatro tripulantes dos navios assaltados foram mortos.
A redução da actividade dos piratas foi particularmente notada ao largo da Somália, sublinha o relatório do BMI. No primeiro semestre registaram-se apenas 69 incidentes (contra 163 há um ano) e 13 navios sequestrados (contra 21). A melhoria da situação é atribuída à acção das forças navais na região e às medidas defensivas tomadas pelos próprios operadores, nomeadamente com o embarque de guardas armados.
Ainda assim, no final de Junho os piratas detinham sob controlo 11 navios e 218 tripulantes, 44 dos quais se encontrariam em terra, em parte desconhecida.
Ao invés, a actividade dos piratas está em crescendo na região do Golfo da Guiné, onde se verificaram 32 incidentes (25 há um ano) e cinco sequestros de navios. Só na costa da Nigéria foram 17 os ataques (contra seis) e ao largo do Togo contaram-se cinco (contra nenhum).
O Conselho Europeu aprovou ontem uma nova missão, a EUCAP Nestor, para combater a pirataria no Corno de África. Uma equipa de cerca de 175 quadros será deslocada para a região para ajudar as autoridades locais do Djibouti, Quénia, Seychelles, Somália e, proximamente, Tanzânia, a reforçarem o controlo das suas águas territoriais.
A EUCAP Nestor terá como missões principais apoiar o reforço da capacidade marítima dos países da região e apoiar o desenvolvimento da guarda costeira na Somália e dar formação aos juízes em questões legais de segurança marítima.