O ministro das Infraestruturas reiterou hoje que o plano de reestruturação da TAP entregue à Comissão Europeia não é definitivo, mas disse-se disponível para “dar a informação que os trabalhadores querem”.
“O plano não é definitivo, está a ser trabalhado com Bruxelas. Há uma interação e no decurso dessa interação pode haver alterações”, reiterou Pedro Nuno Santos, em audição na Assembleia da República, na Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Inovação, por requerimento do Bloco de Esquerda.
“Há obviamente responsabilidade e confidencialidade da informação que se viesse a público […]. Isto significa que os trabalhadores não vão ter acesso à informação? Não! Têm direito? Têm. Têm direito de reserva? Têm”, respondeu Pedro Nuno Santos às críticas de alguns deputados de que a Comissão Europeia sabe mais sobre o futuro da TAP do que o Parlamento ou os trabalhadores.
O ministro sublinhou, ainda, que o Governo está aberto “para continuar a trabalhar com os trabalhadores”, no sentido de se “encontrar soluções menos agressivas do que as que estão a ser apresentadas, mas que permitam ter a poupança suficiente para a empresa sobreviver”.
No entanto, e apesar dos desmentidos dos sindicantes, o governante insistiu em que os tripulantes da TAP ganham mais, entre 2% e 90%, que os seus congéneres de companhias como a Iberia, a Air France ou a Lufthansa.
O Governo entregou na quinta-feira o plano de reestruturação da TAP à Comissão Europeia, que, segundo detalhou o ministro na sexta-feira, prevê o despedimento de 500 pilotos, 750 tripulantes de cabine, 450 trabalhadores da manutenção e engenharia e 250 das restantes áreas.
O plano prevê, ainda, a redução de 25% da massa salarial do grupo e do número de aviões que compõem a frota da companhia, de 108 para 88 aviões.