A Xunta da Galiza lançou hoje o concurso para a venda dos primeiros lotes no Porto Seco de Monforte de Lemos (Lugo). Enquanto isso, a plataforma de Salvaterra-as-Naves (Plisan), pensada para ser o porto seco de Vigo, continua sem interessados.
Anunciada com a ambição de ser a plataforma logística de referência do Noroeste Peninsular, e tendo chegado a ser considerada uma “ameaça” para o Norte de Portugal, a plataforma galega de Salvaterra-as-Naves, situada junto à fronteira portuguesa, na margem direito do rio Monção, defronte a Monção, permanece hoje, anos volvidos, deserta.
A plataforma, apresentada também como o futuro porto seco de Vigo, não gera hoje qualquer entusiasmo entre aquela comunidade portuária, como testemunha a imprensa local. A Termavi, concessionária do terminal de contentores, potencialmente interessada numa alternativa à escassez de espaço no porto viguês, rejeita em absoluto tal hipótese.
A plataforma de Salvaterra-as-Naves é demasiado distante e os terrenos são considerados caros, sublinham fontes do terminal. Ainda por cima, é lembrado, do lado de cá da fronteira, em Monção, existe um parque industrial com preços bem mais acessíveis.
No entretanto, o investimento em Salvaterra-as-Naves superou já os 100 milhões de euros, repartidos pelo Porto de Vigo, pela Xunta da Galiza e pelo Zona Franca. E mais investimentos (embora de menor monta) estão previstos para este ano.
Enquanto isso, mais a Norte, em Lugo, o governo galego inaugurou na semana passada o Porto Seco de Monforte de Lemos. E hoje mesmo, 5 de Março, foi lançado o concurso para a venda da primeira fase, num total de 146 mil metros quadrados.
A inauguração aconteceu dez anos depois de lançado o projecto e seis anos depois do inicialmente previsto. Ainda assim, ou talvez por isso mesmo, a venda dos lotes será feita a desconto. Um desconto de 15% sobre o preço inicialmente previsto, o que remete para valores de 60 euros/m2.