O concurso público de ideias para o projecto da nova ponte sobre o Douro, que servirá o Metro do Porto, será lançado este mês, anunciou o ministro do Ambiente e da Acção Climática.
“Vamos lançar este mês o concurso de ideias para a nova ponte sobre o Douro”, afirmou João Pedro Matos Fernandes, no Ciclo de Conferências “Pensar a Cidade” dedicada ao tema “Transportes e Mobilidade no Porto: Que Futuro?”, promovida pelo PS Porto.
Em causa está um aponte sobre o rio Douro, para servir a linha Santo Ovídio-Devesas-Campo Alegre do Metro do Porto, que ficará localizada entre as pontes Luís I e da Arrábida.
Na sua intervenção inicial, o governante explicou que o concurso estava pronto para ser lançado há já alguns dias, mas o ministério entendeu que só o deveria fazer após a consignação das obras das linhas Rosa e Amarela, que vão arrancar ainda este mês, depois de o Tribunal de Contas (TdC) ter homologado, no início da semana, os contratos das duas empreitadas, adjudicadas por um valor global de 288 milhões de euros.
“Senão, podíamos estar a criar a ilusão nas pessoas de mais um concurso e as outras obras ainda não começaram. Não, as outras obras vão mesmo começar e logo a seguir vamos lançar este concurso”, observou.
Pedro Matos Fernandes insistiu que o concurso em causa tem de ser um “grande concurso público internacional”, tendo em consideração a localização da mesma.
“Quando se projecta uma ponte num cenário destes, entre a Ponte da Arrábida, do Edgar Cardoso, e a Ponte Luis I, do Eiffel, não pode ser um projectista qualquer, nem pode ser um empreiteiro a escolher […], tem mesmo de ser um grande concurso internacional, onde os melhores engenheiros de pontes do mundo venham a concurso”, disse.
O governante salientou, contudo, que as verbas do Programa de Apoio à Redução Tarifária nos Transportes (PART) não esgotam aquilo que é a ambição da Área Metropolitana do Porto (AMP), que apresentou um conjunto de projectos de metro e BRT [Bus Rapid Transit, vulgo metrobus], no valor de 1 250 milhões de euros.
“O PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] tem aqui para o Porto 380 milhões de euros, ou seja, temos aqui um défice significativo. Esse défice vai ser pago, numa parte expressiva, através do próximo Quadro Comunitário de Apoio. Nós não vamos fazer aquilo que herdamos do PSD/CDS, que foi a inibição de pagar infraestruturas de transporte como estas para os passes metropolitanos”, defendeu.