Nos dois primeiros meses de 2016 foram enviados para desmantelamento 19 navios porta-contentores, com uma capacidade total de 58 000 TEU, de acordo com dados da Drewry. 12 tinham menos de 20 anos e nove mais de 4 000 TEU.
O número total de navios desmantelados em Janeiro e Fevereiro representa um aumento face ao volume registado no ano passado. Tanto ou mais relevante é o aumento da dimensão dos navios e a redução da sua idade. Quase metade dos navios abatidos ao activo tinham 4 000 TEU ou mais de capacidade, e a dimensão média da frota abatida superou os 3 000 TEU. Bastante acima dos 2 000 TEU de média verificados nos últimos anos.
Na mesma linha, dois terços dos navios tinham menos de 20 anos de idade, o que contrasta com os 30 anos de idade média verificados ainda em 2010 e 2011 ou mesmo os 23 anos de média registados nos últimos quatro anos.
Em todo o ano de 2015 foram enviados para abate 195 000 TEU (volume que comparou com 1,7 milhões de TEU de novas entradas de navios na frota mundial), metade do registado nos três exercícios anteriores.
A Drewry prevê que em 2016 e 2017 a média de desmantelamentos recupere os níveis registados no triénio 2012-2014. A consultora justifica o aumento registado nos abates nos dois primeiros meses do presente ano com a baixa dos preços de desmantelamento – anormalmente elevados em 2015 – e com a necessidade das companhias de reduzirem a capacidade.
Além do que num contexto de baixo preços dos fretamentos de navios – dada a sobrecapacidade da oferta -, a opção por obter algum retorno com a venda de sucata torna-se mais viável.