No espaço de um ano, a frota de navios porta-contentores imobilizados por falta de trabalho praticamente duplicou, em número e em capacidade, sublinha a Drewry.
De um total de 238 navios e 900 mil TEU, em Novembro do ano passado, passou-se para 435 navios e 1,7 milhões de TEU, em Novembro passado.
Se no início do ano passado, os porta-contentores imobilizados representavam apenas 2,5% da frota mundial, em termos de capacidade, agora significam cerca de 9%. E no entretanto muitos novos navios. de grandes dimensões, entraram ao serviço.
Da capacidade imobilizada, cerca de 65%, ou 1,1 milhões de TEU, corresponde a navios propriedade de armadores não operadores. Um predomínio que se explica pelo facto de as transportadoras optarem primeiro por devolver os navios fretados antes de se desfazerem dos próprios.
O crescimento da frota amarrada é sobretudo justificado pelo desequilíbrio entre a oferta e a procura. Mas não só. Também o alargamento do Canal do Panamá tornou “obsoletos” os navios Panamax de 4000-5000 TEU de capacidade, de repente demasiado pequenos para operarem nas principais linhas, lembra aDrewry.
A falência da Hanjin Shipping, em Agosto passado, também contribuiu para ampliar o problema. A companhia sul-coreana controlava cerca de 622 mil TEU, o equivalente a 36% da frota amarrada, e quase todos esses navios ou foram devolvidos aos seus donos ou estão à espera de ser vendidos.
A Drewry sublinha ainda, na sua análise, o facto de o excesso de capacidade estar a afectar navios cada vez recentes, com mais de 10% da capacidade a ser relativa a navios de menos de dez anos.