A utilização da base aérea do Montijo como complemento ao aeroporto da Portela para as companhias low cost mantém-se como um objectivo mas não há um prazo para a concretizar, afirmou, em Évora, o presidente da ANA.
“Vamos fazer as coisas certas, mas, para isso, precisamos de perceber exactamente o que a Força Aérea nos pode disponibilizar, como utilizar esses recursos da forma mais eficaz”, disse Ponce de Leão.
A partir daí, acrescentou, pode-se “construir as melhores soluções com a informação que, entretanto”, for recolhida “junto das companhias áreas sobre quem é que quer utilizar” o novo aeroporto e “quais as necessidades” dessas companhias e, por outro lado, “dimensionar as próprias taxas em função do investimento efectuado e do tipo de custos” que existirem no Montijo.
“Tudo isso é um trabalho que tem de ser feito a seu tempo e estará pronto quando puder estar”, frisou o presidente da ANA.
Em relação ao memorando de entendimento sobre o aeroporto do Montijo, que não chegou a ser assinado na anterior legislatura, Ponce de Leão argumentou que, apesar disso, o objectivo do documento foi alcançado: “O verdadeiro objetivo era consensualizar que o Montijo era a melhor solução para ajustar a capacidade aeroportuária da região de Lisboa” e isso “foi conseguido”.
Porto lidera crescimento dos passageiros
Os aeroportos portugueses deverão registar este ano um aumento superior a 10% do número de passageiros. O aeroporto Francisco Sá Carneiro lidera os ganhos no Continente.
“No ano passado, atingimos [um crescimento de] 9,5% no conjunto dos aeroportos. Confesso que julgava que seria um número imbatível, mas este ano vamos batê-lo e ficar acima dos 10%, com toda a certeza, para o conjunto dos aeroportos”, disse Ponce Leão.
“Há aeroportos que têm menos, como o de Faro, que praticamente não teve crescimento”, especificou, referindo que, por exemplo no caso da Madeira, há “um crescimento médio razoável, entre os 5,5 e os 6%”, até porque se trata de “um destino tradicional e maduro”.
Quanto a Lisboa, o mesmo responsável revelou que o volume de passageiros está a crescer “acima dos 10%”, enquanto, o aeroporto do Porto “está com um crescimento de 16%”.
Já os Açores, registam um crescimento acima dos 20%, o que Ponce de Leão atribuiu à liberalização do mercado: “Antes da entrada da operação da Easyjet e da Ryanair já estava a crescer quase 20% só pela mudança de tarifário da Sata”.