Dentro de cinco anos, 15% das cargas que cheguem ou saiam do porto de Aveiro por via terrestre deverão viajar a bordo de um comboio. Essa é, pelo menos, a aposta da APA, encorajada pelo resultado do primeiro ano de operação da ligação ferroviária.
Desde 27 de Março do ano passado, quando foi inaugurada a ligação do porto de Aveiro à rede ferroviária nacional, passaram por ali cerca de 200 mil toneladas de carga, perto de 4% do total de mercadorias movimentado no porto.
A cada dia que passa, três composições, em média, cobrem a distância entre a plataforma multimodal de Cacia e os terminais portuários, carregando pasta de papel, cimento, aglomerado de madeira ou cereais.
A maioria das cargas, cercas de 88%, é de exportação. Para o Norte da Europa, para o Norte de África, para Cabo Verde. A ferrovia reduziu distâncias e custos, alargando a área de influência do porto aveirense. Castela e Leão é o mercado alvo de eleição, mas já este ano estrearam-se as ligações até Madrid, para colocar cargas de importação.
As 200 mil toneladas transportadas por via férrea permitiram retirar as estradas uns 7 400 camiões, com as vantagens daí decorrentes em termos ambientais.
José Luís Cacho, presidente da administração portuária, diz que os números conseguidos estão “acima das expectativas iniciais”. Mas a APA aposta em subir a fasquia até aos 15% do movimento total de mercadorias no porto, dentro de cinco anos.
Também para isso será importante a melhoria das acessibilidades marítimas ao porto, uma vez que permitirá a vinda a Aveiro de navios de maiores dimensões, com maior capacidade de carga e, logo, uma escala que poderá favorecer a opção pelo transporte ferroviário para o encaminhamento das mercadorias em terra.
Aveiro é já o terceiro porto nacional em movimentação de cargas por ferrovia, só superado por Sines e Setúbal.
A ligação do porto de Aveiro à rede ferroviária nacional implicou um investimento de mais de 70 milhões de euros da Refer, incluindo nesse montante a plataforma multimodal de Cacia.