O Governo quer o Porto de Lisboa capaz de fornecer energia eléctrica aos navios acostados, já no próximo ano, e o projecto de Castanheira do Ribatejo a andar.
De acordo com a Proposta de Lei do Orçamento de Estado, “em 2021, dotar-se-á o porto de Lisboa, e em especial o terminal de cruzeiros, de capacidade de fornecer energia elétrica aos navios acostados (‘shore to ship’), evitando o uso dos geradores próprios que consomem combustíveis poluentes”.
Mais, o Governo pretende apostar no desenvolvimento do projecto de uma via navegável no rio Tejo destinada a barcaças, com o objetivo de escoar as cargas por via fluvial a partir de Castanheira do Ribatejo e, assim, reduzir o recurso ao transporte rodoviário, mais poluente.
O documento hoje conhecido destaca, ainda, a aprovação das bases da concessão de exploração, em regime de serviço público, de um novo terminal de contentores no porto de Sines, incluindo o seu projecto e construção.
O projeto do novo Terminal Vasco da Gama será construído e financiado “exclusivamente pela concessionária que vier a ser seleccionada num procedimento de contratação pública internacional”. À administração portuária, enquanto concedente e gestora do porto, caberá apenas a construção e financiamento das obras de protecção marítima e as acessibilidades marítimas e terrestres.
O concurso para este terminal foi lançado em outubro de 2019, tendo o prazo de apresentação de propostas sido adiado para Abril do próximo ano, seguindo-se, depois, a análise das propostas e a selecção dos concorrentes para negociação.
Ainda em Sines, está também prevista a execução da terceira fase da expansão do Terminal XXI, cujo projecto se iniciou em 2020 e que inclui a obra de requalificação do ramal ferroviário do Porto de Sines e a ampliação da rede eléctrica para alta tensão (60 quilovolt).
“A atividade portuária continua a desempenhar um papel de relevo no desenvolvimento da economia portuguesa, designadamente no aumento das exportações. Neste âmbito, prosseguirá o esforço de modernização dos portos nacionais, aumentando a sua competitividade e reforçando a sua ligação à rede transeuropeia de transportes, como resposta à intensificação dos transportes marítimos”, lê-se no documento.