O Porto de Lisboa garantiu um financiamento de até 14,5 milhões de euros para a primeira fase do projecto de “Onshore Power Supply” (OPS).
A entidade gestora do Sustentável 2030/Programa de Ação Climática e Sustentabilidade (PACS) aprovou a candidatura e financiamento da operação proposta pelo Porto de Lisboa, com um custo de cerca de 18,3 milhões de euros e um apoio máximo de 14,5 milhões de euros.
Em causa está, nesta fase, “a ligação em Alta tensão à Rede Eléctrica de Serviço Público (RESP), a construção da subestação principal e a construção da rede em Média Tensão incluindo dois postos de seccionamento, para futura ligação às subestações shore-side de Baixa Tensão (BT), localizadas nos terminais da zona oriental (2023-2027)”, concretiza a administração portuária em comunicado.
Numa segunda fase, até 2029, tratar-se-á da “execução das subestações shore-side em cada um dos terminais [terminal de cruzeiros e cinco terminais de mercadorias] e instalação de Cable Management System (CMS) nos terminais”, acrescenta a nota de imprensa.
No caso do terminal de cruzeiros – o projecto mais complexo, pelas exigências de energia de autênticas “cidades flutuantes – o sistema OPS a implementar deverá ser capaz de fornecer energia em simultâneo a três navios de cruzeiro em Média Tensão (MT).
“Este é um projecto de grande importância estratégica para o Porto de Lisboa, principalmente a nível ambiental, reputacional e operacional. Em termos globais, a instalação total do sistema OPS irá permitir uma redução de cerca de 77% das emissões de GEE nos navios acostados nestes terminais, em toneladas de CO2 equivalente/ano, por referência ao ano de 2019. Por outro lado, promove uma mobilidade mais sustentável e irá atrair um maior número de embarcações. A sua implementação contribui positivamente para o combate às alterações climáticas e reforça a diferenciação da oferta do Porto de Lisboa relativamente a outros portos ibéricos”, sublinha o presidente da APL, Carlos Correia, citado no comunicado.
A disponibilização nos portos marítimos da RTE-T de sistemas de abastecimento de energia eléctrica aos navios a partir de terra até 31 de Dezembro de 2029 é uma imposição legal da União Europeia, no âmbiro do Regulamento (UE) 2023/1804 de 13 de Setembro de 2023.