A MPDC, concessionária do porto de Maputo (Moçambique) estreou-se nos lucros no ano passado, com um ganho de oito milhões de dólares.
O anúncio foi feito pelo presidente da Companhia de Desenvolvimento do Porto do Maputo (MPDC na sigla inglesa), no decurso da 2.ª Conferência Anual do porto da capital moçambicana.
Osório Lucas, antigo administrador da empresa estatal Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique, realçou o facto de o porto de Maputo ter alcançado lucros enquanto as concessões do Centro e Norte do país apresentam prejuízos.
Os lucros alcançados serão reinvestidos na execução do plano director da empresa, no sentido do aumento de capacidade da infra-estrutura portuária, numa altura em que Moçambique precisa de tirar proveito da sua “localização estratégica”, face aos investimentos que a África do Sul anunciou ir efectuar no sector ferro-portuário.
A gestora do porto tem em curso e/ou projectados investimentos na ordem dos 1,7 mil milhões de dólares.
Mas o presidente da MPDC alertou para que o crescimento do porto de Maputo só será possível se for encontrada uma solução logística ferroviária para transportar, pelo menos, 36 milhões de toneladas.
As previsões da concessionária portuária apontam para a movimentação de 20 milhões de toneladas de carga diversa em 2016. No ano passado, foram processados 14 milhões de toneladas.
O porto de Maputo gera 25% do total das receitas alfandegárias de Moçambique. Desde 2003, a concessão rendeu 99 milhões de dólares aos cofres do Estado.
A MPDC é uma empresa privada que resultou da constituição, em 2003, de uma parceria entre a estatal Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique, o grupo sul-africano de logística Grindrod e a DP World (que comprou a posição que era da Liscont).