O movimento de mercadorias no porto de Maputo, Moçambique, caiu 1% no ano passado, em consequência da instabilidade que assolou o país desde as eleições presidenciais, justifica a MPDC.
No ano passado, o porto de Maputo movimentou 30,9 milhões de toneladas. Para a Sociedade de Desenvolvimento do Porto de Maputo (MPDC, na sigla em inglês), apesar da “ligeira redução de 1% em relação a 2023”, o porto da capital moçambicana “continuou a mostrar resiliência e adaptabilidade face a desafios logísticos significativos”.
Já os volumes ferroviários, “que têm sido um foco crítico para a estratégia de sustentabilidade da MPDC”, cresceram 7%, de 2,8 milhões de toneladas para 3,019 milhões de toneladas em 2024.
“Estes números sublinham a capacidade da MPDC em manter uma distribuição equilibrada dos modos de transporte, mesmo apesar dos constrangimentos logísticos”, explica a empresa, no comunicado.
Acrescenta que a diminuição dos volumes totais, em todos os terminais portuários do porto de Maputo e do porto da Matola, “deveu-se principalmente aos protestos pós-eleitorais e aos bloqueios rodoviários no corredor de Maputo, incluindo o encerramento da fronteira durante vários dias e ao condicionamento das operações fronteiriças e rodoviárias durante mais de um mês”.
“O corredor ferroviário entre a África do Sul e Moçambique foi também afectado pelos protestos e bloqueios, a par de um descarrilamento em Outubro/Novembro, que levou ao encerramento da linha durante um mês”, recorda a MPDC.
Citado no comunicado, o director executivo da MPDC, Osório Lucas, admite que o porto de Maputo “enfrentou um último trimestre do ano desafiante”, embora sublinhe a “resiliência” da equipa.
A empresa destaca ainda o aumento das receitas para o Estado resultantes das taxas de concessão pagas, que aumentaram 12% para 46,8 milhões de dólares, face a 41,7 milhões de dólares em 2023.
“Isso reflecte o compromisso inabalável da MPDC em contribuir para o desenvolvimento económico de Moçambique. Esta contribuição da MPDC exclui as receitas adicionais para o Estado, nomeadamente as provenientes dos impostos sobre os lucros e os dividendos do seu accionista, os Caminhos-de-Ferro de Moçambique (CFM)”, acrescenta a empresa.