A construção da plataforma ferroviária intermodal de Salamanca arrancou esta semana. A infra-estrutura, que também interessa aos portos de Leixões e Aveiro, deverá estar operacional dentro de 14 meses.
Finalmente, ao cabo de longos anos de avanços e recuos, o porto seco de Salamanca começa a sair do papel. O investimento previsto é de 12,5 milhões de euros e, se agora tudo correr dentro do previsto, em meados do próximo ano o terminal rodo-ferroviário poderá receber os primeiros comboios.
A plataforma ferroviária intermodal, a ser gerida pela Zaldesa, ocupará uma área de implantação de cerca de 88 hectares, dos quais 47 hectares estarão destinados a áreas de carga e descarga e armazenamento.
Com ligação directa à linha que liga Salamanca a Funestes de Oñoro (e à fronteira com Portugal), o porto seco de Salamanca disporá de duas linhas de recepção/expedição aptas para comboios de 750 metros de comprimento, duas linhas para carga e descarga de contentores e uma linha de carga e descarga de contentores e granéis sólidos.
Precisamente, a carga/descarga, armazenamento e trasfega de granéis sólidos será uma das valências distintivas da infra-estrutura salamantina, e que muito poderá interessar aos portos portugueses (recorde-se que em tempos a Takargo realizou o transporte de granéis alimentares entre o porto de Aveiro e Salamanca).
A plataforma disporá ainda de facilidades como depósito de contentores, reparação e limpeza de contentores, armazenagem, consolidação e desconsolidação de mercadorias e despacho aduaneiro.
Pela sua localização geográfica, os responsáveis da Zaldesa apostam, claro, nos tráfegos com Portugal, mas olham também para a Europa e, distante cerca de 200 quilómetros, para a região de Madrid.
Agora que as obras arrancaram fica a faltar que o mesmo aconteça com a modernização da ligação ferroviária à fronteira, desde logo, a sua electrificação.