Os portos moçambicanos da Beira e Nacala têm vindo a ganhar tráfegos, mas continuam muito ineficientes e não são ainda alternativa a portos concorrentes da região, concluiu um estudo da Agência Americana de Desenvolvimento Internacional (USAID).
A falta de guindastes, tractores, reboques e outros equipamentos de operação portuária está a comprometer a produtividade e eficiência dos portos da Beira e Nacala, sendo que neste último os equipamentos satisfazem menos de 35% das necessidades, avança o “Notícias”, de Maputo.
Mesmo assim – reconhece o estudo da USAID citado pelo jornal – aqueles dois portos estão gradualmente a posicionar-se como portos regionais e a atrair cada vez mais tráfego proveniente da África Oriental e Ocidental.
Apresentado em sessões públicas nas duas cidades, o estudo refere que o aumento da procura no porto da Beira ficou a dever-se à dragagem de emergência do canal de acesso concluída em Julho de 2011, que restabeleceu a profundidade original de -8,5 metros, o que permite a atracação de navios de até 60 mil toneladas.
Do ponto de vista de mercado, o estudo revela que os portos da Beira e de Nacala não oferecem grandes vantagens em termos de produtividade e eficiência comparativamente a outros portos da África Oriental e Austral, como Durban, na África do Sul, considerado grande concorrente dos portos moçambicanos.
Por exemplo, conclui o estudo da USAID, os tempos de espera em ambos os portos são excessivamente elevados, chegando a atingir um máximo de 26 dias, contra apenas quatro dias no terminal de contentores de Durban, e muito abaixo da referência internacional, que é de menos de sete dias.
O estudo recomenda, por isso, que se faça uma avaliação mais profunda das causas do elevado tempo de espera que se registam na Beira e em Nacala, e dos seus efeitos sobre a rentabilidade económica, capacidade e operações portuárias.