A Portos dos Açores terminou 2021 com um prejuízo de 302 mil euros, “o melhor resultado líquido dos últimos 11 anos”, anunciou a empresa.
Em comunicado, a Portos dos Açores, responsável pela gestão de 14 portos e sete marinas naquela região autónoma, refere que atingiu em 2021 um volume de receitas superior ao registado em 2020, ascendendo aos “20,8 milhões de euros”.
Os resultados fazem parte do Relatório e Contas 2021 da empresa, “apresentados ao accionista Região Autónoma dos Açores e aprovados em Assembleia Geral da sociedade”.
Relativamente ao investimento em infra-estruturas portuárias, a empresa destaca “as obras em curso quanto ao reperfilamento do cais -10 metros do Porto de Ponta Delgada, a construção da rampa ‘ro-ro’ e trabalhos complementares no Porto das Pipas [Angra do Heroísmo]”, bem como “a construção de ponte-cais no Porto das Lajes das Flores, incluída na recuperação dos estragos provocados pelo furacão ‘Lorenzo’, em 2019.
A estes investimentos somam-se “a intervenção de emergência para a operacionalização do Porto das Lajes das Flores [também relacionada com o furacão ‘Lorenzo’] e a construção do novo terminal de passageiros do Porto de São Roque do Pico”, indica a empresa.
Quanto às operações portuárias (serviços a navios e serviços à descarga/carga), “o cerne da actividade da empresa registou, nas diferentes infra-estruturas sob sua jurisdição, taxas de crescimento positivas relativamente ao ano anterior”.
Tal verificou-se “quer quanto ao número de escalas e estadias de navios, quer quanto ao total de mercadorias movimentadas, aferidas por tonelagem, pelo número de contentores cheios ou quanto aos contentores cheios em unidades TEU”, lê-se na nota.
“As operações portuárias a cargo da Portos dos Açores registaram uma variação de proveitos na ordem de 7,52% em 2021, comparativamente com o ano anterior, variação que é também positiva em 2,93%, se se comparar 2021 com 2019, o último ano pré-pandemia” de ovid-19, é ainda referido no comunicado.
Já o trânsito de navios de cruzeiro nos portos do arquipélago – que em anos normais, anteriores à Covid-19, “representava já um pouco mais de 4% das receitas da empresa (quase 900 mil euros) voltou, em 2021, “a registar um número de escalas muito interessante”.
Ao todo foram 97 escalas, “que marcaram a retoma na actividade ao nível de reposicionamento dos navios, embora com ausência de um efectivo de passageiros em trânsito assinalável, longe do tradicional [21 296 em 2021, contra 164 074 passageiros em 2018, a melhor cifra de sempre]”.
Em 2021 houve, também, um “crescimento no volume de negócios na actividade náutica de recreio, o maior aumento verificado relativamente às restantes actividades de negócio da Portos dos Açores. A subida foi da ordem “dos 23,06%, comparado com 2020, entre serviços a embarcações em água e serviços a embarcações a seco”, indica a empresa.
Para o futuro, a empresa “aponta para uma política de contenção de gastos, a criação de novas áreas de negócio, a revisão de tarifários, o financiamento de actividades deficitárias, o saneamento da dívida bancária e a procura de crescente financiamento para investimentos em infra-estruturas e equipamentos diversos”.
“No último exercício assumiu especial destaque a produção e apresentação do ‘Plano Estratégico 2022-2024’, o primeiro do género alguma vez delineado na empresa, bem como o aumento do volume de negócios/venda de serviços, uma elevada execução de investimentos em infra-estruturas e a realização de auditoria externa”, refere a empresa.