A Portos dos Açores atingiu em 2023 o maior volume de negócios de sempre, mas não evitou os prejuízos, sobretudo à conta do financiamento bancário para realizar as obras no porto das Flores.
No ano passado, a Portos dos Alores realizou um volume de negócios de 25,3 milhões de euros, superando o anterior recorde, de 25,1 milhões de euros, conseguido em 2022, anunciou a gestora dos portos e marinas da região autónoma.
Num ano em que recebeu 6 340 navios (2 935 no exercício anterior) e movimentou 2,6 milhões de toneladas (sensivelmente o mesmo), a Portos dos Açores alcançou um resultado operacional de 2,4 milhões de euros (2,6 milhões em 2022) e um EBITDA de 7,6 milhões de euros (7,7 milhões, idem).
A destoar nos indicadores positivos, a empresa regressou aos resultados líquidos negativos, com perdas de 668 mil euros, em contraste com os lucros de 956 mil euros de 2022.
A principal explicação para este desfecho estará nos encargos financeiros suportados com a contratação de empréstimos para financiar obras, com destaque para a recuperação do porto das Lajes das Flores.
Em declarações à “RTP Açores”, Rui Terra, presidente da administração portuária, sublinhou que a empresa “é sustentável se dependesse exclusivamente do seu produto operacional”.
Porém, acrescentou, a tem assumido “empréstimos que não deveriam ser colocados na Portos dos Açores, mas que temos de assegurar para que essas empreitadas continuem a avançar”. “É uma escolha do accionista, do governo [regional], nós compreendemos e trabalhamos com essas decisões superiores, que fazem sentido no actual panorama, porque uma obra com a dimensão das Flores não pode parar. Estamos a falar de muitos milhões”.
Por repetidas vezes o Governo Regional dos Açores tem criticado o Governo da Repúblico pelo atraso na transferência das verbas para suportar as obras de reconstrução do porto das Lajes das Flores, que deveriam ser pagas a 80% por Lisboa.