Ainda neste primeiro semestre, os portos nacionais deverão lançar o primeiro concurso para compras conjuntas. No caso, combustíveis para as viaturas e embarcações do trem naval, adiantou ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS Eduardo Bandeira, administrador da APS, que está a coordenar o processo na APP.
É uma espécie de “ovo de Colombo” mas, tal como na história que terá sido protagonizada pelo navegador, a “coisa” só se tornou evidente depois de alguém a apresentar. A Associação dos Portos de Portugal (APP) está a preparar o lançamento de um primeiro concurso para a aquisição conjunta de bens e serviços para todos os portos-membros, visando com isso reduzir os custos de tais compras.
Em causa está a aquisição de “combustíveis para viaturas e para as embarcações do trem naval”. Actualmente, a factura global suportada pelos portos com a compra daqueles bens rondará “os 2,5 milhões de euros” e a expectativa é que com o concurso conjunto se consiga uma “poupança entre os 5% e os 8%”, refere Eduardo Bandeira. Contas feitas, o ganho poderá ser de 200 mil euros.
Este concurso será o primeiro de vários que a APP se propõe realizar e é o resultado de meses de trabalho, sublinha o administrador do Porto de Sines.
Primeiro, recorda, houve que fazer o “levantamento da situação em todos os portos nacionais: contratos existentes, valores de adjudicação e prazos de validade” e logo se identificaram “as áreas prioritárias para a contratação conjunta”. E depois, e é nessa fase que se está ainda, procedeu-se à “aprovação de um acordo de procedimentos entre todas as administrações portuárias, bem como à aprovação da minuta do acordo a subscrever caso a caso, para cada concurso em particular”.
No caso concreto do fornecimento de combustíveis – e será também assim nos próximos procedimentos -, avança Eduardo Bandeira, o concurso é aberto a todos os portos “que estejam em condições de aderir”, e cada um definirá “as respectivas condições no caderno de encargos comum”. A adjudicação será feita por “um consórcio de entidades adjudicantes que formalizará o contrato com o fornecedor/prestador de serviço e este executará o contrato em cada porto nas condições definidas por esse porto”.
A contratação de “seguros, electricidade, comunicações e vigilância” será objecto dos próximos concursos conjuntos que a APP se propõe promover. No total, estarão em causa fornecimentos que custarão actualmente “cerca de 15 milhões de euros”. Considerando a tal poupança de 5-8%, os ganhos poderão ultrapassar o milhão de euros.
E assim se atingirá o “objectivo final desta aproximação dos portos portugueses, através da APP, [que] é contratar melhor (aproveitando conhecimentos e experiências de todos os portos envolvidos) e mais barato (aproveitando o enorme efeito de escala gerado pela agregação de entidades adjudicantes)”, conclui Eduardo Bandeira.