Os portos do continente perderam cargas em 2020. Só Sines e Figueira da Foz cresceram. Lisboa teve o pior resultado dos últimos 20 anos, pelo menos.
No ano passado, os portos do continente movimentaram 81,85 milhões de toneladas, menos 6%, ou 5,2 milhões de toneladas, que em 2019, anunciou hoje a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT).
O resultado não será estranho num ano de pandemia, mas a verdade é que mais de metade das perdas (2,7 milhões de toneladas) nada teve a ver com os efeitos da Covid-19: resultou do fim da movimentação de carvão, pelo encerramento das centras termoeléctricas da EDP.
A AMT destaca ainda a quebra de 2,1 milhões de toneladas na movimentação de produtos petroliferos, essa sim, devida essencialmente à quebra dos consumos pela pandemia.
Sines cresce e Lisboa afunda
Sines reforçou a sua maioria absoluta, tendo crescido 0,9% e alcançado os 42,2 milhões de toneladas. Apesar da perda dos milhões do carvão. Valeu sobretudo a excepcional performance da carga contentorizada.
Nos antípodas, Lisboa recuou mais 21,,4% e caiu abaixo dos dez milhões de toneladas, algo que não se via “pelo menos”, di-lo a AMT, desde 2020. Na verdade, mais um pouco e o porto da capital cairia mesmo além dos nove milhões. fez 9,01 milhões. A principal razão: a fuga da carga contentorizada, que se agrava e perpetua pela instabilidade laboral.
Por Leixões passaram 17,1 milhões de toneladas, numa quebra homóloga de 12,7%. O porto nortenho foi o que mais sofreu com a quebra dos produtos petroliferos e, já se sabe, nesse sefgmento as coisas só tenderão a piorar com o encerramento da refinaria de Matosinhos. Também ali, a carga contentorizada evitou males maiores.
Impulsionado pelos contentores, Setúbal por pouco não ficou sobre a linha de água: cedeu 0,2% e contou 6,3 milhões de toneladas.
Aveiro interrompeu os recordes e recuo 12,3% para 4,8 milhões de toneladas, a Figueira da Foz cresceu 1,6% para 1,96 milhões e Viana do Castelo recuou 6,1% para 357 mil toneladas.
Carga contentorizada e minérios
Se é verdade que o carvão e os produtos petrolíferos foram os que mais caíram em 2020, também é verdade que quase todos os tipos de carga acabaram o ano no vermelho. Salvaram-se a carga contentorizada e os minérios.
A caga contentorizada avançou 5,1% para os 31,8 milhões de toneladas e representou 38,9% dos volumes movimentados. Os minérios subiram 12,4% e atingiram os 1,2 milhões de toneladas.
Olhando para os três grandes tipos de cargas, a carga geral somou 38,5 milhões de toneladas (mais 2,8%), os granéis sólidos fizeram 13,3 milhões de toneladas (menos 21,7%) e os granéis líquidos 30,1 milhões de toneladas (-7,9%).