Os portos portugueses tiveram um melhor comportamento geral que os espanhóis nos primeiros cinco meses do ano, salienta a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT).
Num enquadramento ibérica do actividade portuária iniciado no relatório relativo ao mês de Maio, a AMT salienta que, apesar de ambos os sistemas portuários ibéricos terem perdido cargas nos primeiros cinco meses de 2023, o português fez melhor, ao ceder apenas 0,5%, contra o recuo de 3,5% do espanhol.
Em termos homólogos, Portugal superou Espanha na movimentação de carga geral (perdas de 0,9% e 5,8%, respectivamente) e nos granéis sólidos (ganhos de 7,5% e 1%, respectivamente). Só nos granéis líquidos é que os portos do país vizinho superaram os nossos, ao cederem 2,1% contra 3,6% do lado de cá da fronteira.
Focando na movimentação de contentores, pela sua relevância em ambos os sistemas portuários, a AMT destaca que também aí Portugal fez melhor, em termos relativos, que em Espanha, com uma perda homóloga de 6,1% nos primeiros cinco meses do ano, contra os -8,3% de Espanha. Todavia, nos tráfegos com o hinterland os portos lusos estiveram pior que os espanhóis (ainda que ambos no vermelho), valendo os ganhos no transhipment (contra as perdas do lado de lá da fronteira).
Na sua análise, o regulador português destaca, porém, a enorme diferença de dimensão dos dois mercados portuários, com o espanhol a movimentar 222,5 milhões de toneladas em cinco meses contra os 35,4 milhões de toneladas do português no mesmo período.
Ou seja, em termos de movimentação de mercadorias nos portos, Espanha é 6,3 vezes maior que Portugal. O que supera a diferença entre os dois países em termos de população (Espanha é 4,9 vezes maior) e de Produto Interno Produto (5,9 vezes maior o espanhol).