Os portos do continente interromperam em Outubro a recuperação dos últimos meses e, com isso, agravaram as perdas acumuladas em 2020.
Em Outubro, os portos nacionais movimentaram 7,1 milhões de toneladas, menos 1,9% que no mesmo mês de 2019, divulgou a AMT. O acumulado dos dez primeiros meses do ano passou, assim, para 67,8 milhões de toneladas, menos 7,1%, ou 5,2 milhões de toneladas que no período homólogo anterior.
Sines foi, de longe, o porto com melhor comportamento em Outubro, com um crescimento homólogo de 14,6%. Setúbal ganhou 2,7% e a Figueira da Foz 7,7%. Aveiro teve o pior desempenho, com uma quebra de 39,6%. Leixões recuou 18,7%, Lisboa 13,8% e Viana do Castelo 22,8%.
Considerando o year-to-date, entre os principais portos apenas a Figueira da Foz cresce: 2,6% para 1,65 milhões de toneladas. Mas Sines já só cede 0,8% e soma 34,54 milhões de toneladas.
A pesarem nos números globais, por falta de cargas, estão Lisboa e Leixões, com quebras homólogas de 21,8% e 12%, ou -2,08 e -1,98 milhões de toneladas, respectivamente. Lisboa soma 7,45 milhões de toneladas e Leixões 14,54 milhões. O porto da capital perde sobretudo na carga contentorizada e nos produtos agrícolas; o nortenho sofre mais com a paralisação da refinaria da Petrogal, que se reflecte na movimentação de petróleo bruto e de produtos petrolíferos.
Setúbal conta 5,19 milhões de toneladas (-3,5%), Aveiro 3,97 milhões (-14,3%) e Viana do Castelo 303,7 mil (-12,2%).
Carvão e produtos petrolíferos
Dos 5,2 milhões de toneladas perdidos nos primeiros dez meses deste ano, o carvão representa 2,3 milhões de toneladas e a quebra deve-se à quase paragem das centrais a carvão da EDP, por questões ambientais. E com isso sofre Sines.
Outros 1,8 milhões de toneladas respeitam aos produtos petrolíferos (Sines e Leixões) e têm a ver essencialmente com a redução dos consumos de combustível, cá dentro e lá fora, por causa da pandemia.
Praticamente todos os demais tipos de cargas estão no vermelho, mas com relativa expressão. Em alta, apenas a carga contentorizada (+2,6% ou 667 mil toneladas) e os minérios (+12,4% ou 111 mil toneladas).
Em termos absolutos, a carga contentorizada é, de longe, a mais importante, com 26,2 milhões de toneladas, seguida dos produtos petrolíferos (13,7 milhões), petróleo bruto (9,1 milhões), outros granéis sólidos (5,8 milhões), carga geral fraccionada (4,1 milhões) e produtos agrícolas (3,8 milhões).
» Acompanhamento mensal dos mercados portuários – outubro 2020