A economia portuguesa sofrerá com o aumento de 25% de taxas alfandegárias retaliatórias que os EUA foram autorizados a aplicar sobre produtos da União Europeia.
A Organização Mundial de Comércio (OMC) autorizou os Estados Unidos a imporem taxas de 7,5 mil milhões de dólares (cerca de sete mil milhões de euros) a produtos europeus, em retaliação pelas ajudas da União Europeia (UE) à aviação, em particular à Airbus.
Na sequência, o Departamento de Comércio dos Estados Unidos anunciou a lista de produtos que serão alvo de tarifas retaliatórias, recaindo a principal fatia sobre “os quatro países responsáveis pelos subsídios ilegais”: França, Alemanha, Espanha e Reino Unido.
Contudo, a totalidade dos 28 países da União Europeia será afectada pela medida do governo do Presidente Donald Trump, incluindo, naturalmente, Portugal, que vê a área dos lacticínios particularmente visada na lista do Departamento de Comércio norte-americano.
Produtos como leite, queijos, iogurtes e manteigas (tal como vários derivados e preparados com estes lacticínios) serão sujeitos a taxas adicionais de 25%.
Também a carne de porco (incluindo derivados e produtos preservados, como presunto), ameijoas (em recipientes herméticos e conservadas), berbigões e moluscos vários serão alvo de tarifas adicionais de 25%.
Finalmente, na área das frutas, Portugal pertence ao grupo de países que verá taxas aumentadas em 25% as taxas aplicadas a citrinos (laranjas, limões, tangerinas, clementinas, frescas ou desidratadas), cerejas (secas), e pêras (secas ou desidratadas).
As taxas são a consequência de um conflito de 15 anos entre a UE e os Estados Unidos sobre os apoios públicos às empresas fabricantes de naves aeronáuticas, com a OMC a reconhecer agora aos EUA o direito de usar taxas retaliatórias, que deverão entrar em vigor a partir de meados deste mês.