Portugal bateu em 2020 o recorde de exportações de bens e serviços para Cabo Verde e recuperou a posição de maior investidor estrangeiro.
“De facto, 2020 foi o nosso melhor ano de sempre em termos de exportações de bens. Foi um bom ano em termos de investimentos estrangeiros, recuperámos a primeira posição em Cabo Verde em termos de investidor estrangeiro, o que nos permitiu consolidar a nossa posição como principal parceiro económico de Cabo Verde”, disse o director da AICEP em Cabo Verde, Paulo Borges, à “Lusa”.
Agro-alimentar, produtos agrícolas, materiais de construção, combustíveis e medicamentos foram os principais produtos exportados para Cabo Verde por mais de 2 000 empresas portuguesas, sobretudo micro, pequenas e médias empresas.
Para o director da AICEP em Cabo Verde, esses dados explicam-se porque as relações entre os dois países vão muito além da parte económica, e mesmo com a suspensão das ligações marítimas e aéreas de passageiros, Portugal nunca interrompeu as ligações de mercadores com Cabo Verde por causa da pandemia da covid-19.
“A nossa área logística e de Cabo Verde teve uma importância fundamental, porque conseguiu garantir sempre a Cabo Verde o abastecimento de bens essenciais, como os alimentares, medicamentos ou materiais de construção”, frisou o responsável à “Lusa”, à margem de um workshop, na cidade da Praia, sobre as relações empresariais entre Cabo Verde e Açores.
Apesar de ainda continuarem a sentir os impactos da pandemia da Covid-19, Paulo Borges disse que as exportações portuguesas para Cabo Verde já estão a crescer novamente cerca de 6%, em relação ao ano passado.
“Tudo indica que, como a retoma da economia que já se sente, vamos bater novamente um recorde e será o nosso melhor ano de sempre em termos de exportações de bens”, perspectivou, dizendo que Cabo Verde é um mercado que permite às empresas portuguesas iniciar o processo de internacionalização “sem grandes problemas”.
Relativamente à importação de produtos cabo-verdianos, aquele diretor da AICEP disse que houve uma quebra, porque Portugal importa sobretudo vestuário e calçado de empresas lusas instaladas em Cabo Verde, que enfrentaram muitas dificuldades no ano passado.