
Portugal tem potencial para se afirmar como um hub de carga aérea, assim sejam criadas as necessárias condições, defende José Reis, CEO da DHL Express Portugal, em declarações ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS.
“Tanto o Porto quanto Lisboa têm potencial para se afirmar como importantes plataformas de tráfego internacional e intercontinental de carga aérea, devido à sua localização estratégica na Europa e relação de proximidade com a África e as Américas”, referiu o líder da DHL em Portugal.
“A colaboração entre empresas de logística, operadores aeroportuários e o Governo é crucial para alcançar esse objectivo, que exige investimentos contínuos nas infra-estruturas aeroportuárias”, acrescentou.
Porém, as condições existentes nos dois aeroportos são significativamente díspares: “a Norte, no aeroporto Francisco Sá Carneiro, temos infra-estruturas com capacidade para acomodar o transporte de carga, e o transporte de passageiros. Em Lisboa, no aeroporto Humberto Delgado, não existe uma infra-estrutura equiparada, pelo que o manuseamento de carga é feito com limitações”.
A DHL inaugurou recentemente a ampliação das suas instalações no aeroporto do Porto. Um investimento de 25 milhões de euros, que permitiu triplicar a capacidade de processamento de encomendas. Quatro meses bastaram para licenciar o empreendimento junto da Câmara Municipal da Maia, com as obras a demorarem cerca de um ano.
Em Lisboa, a história é outra. “O projecto do aeroporto de Lisboa, com um investimento superior a 50 milhões de euros, está a ser trabalhado há vários anos pela DHL Express. Neste momento, estamos em reuniões com o município para aperfeiçoar o projecto inicial de forma a acomodar as expectativas e ajustes necessários, bem como os crescimentos de carga previstos para os próximos 20 anos”, referiu José Reis, sem avançar datas.
“A melhoria das condições do nosso gateway de Lisboa é uma das prioridades da DHL Express, para poder dar resposta às crescentes necessidades dos clientes a sul de Portugal, tanto dos clientes business-to-business, como dos clientes e-commerce”, reforçou.
Entretanto, o processo do novo aeroporto de Lisboa avança, e com ele a defesa da criação de uma “cidade logística”.
“A criação de uma “cidade logística” em torno de um novo aeroporto pode fazer sentido, na medida em que aportaria vantagens, nomeadamente a redução dos tempos de trânsito”, reconheceu José Reis. Mas avisou: “a implementação bem-sucedida deste conceito exige planeamento integrado e colaboração entre o Governo, operadores logísticos e restantes stakeholders. A experiência de outros grandes hubs logísticos internacionais pode servir como modelo para o desenvolvimento desse conceito em Portugal”.
O “novo” terminal de carga aérea da DHL Express no aeroporto do Porto tem 11 mil metros quadrados (numa área de implantação de 18 mil metros quadrados) e uma capacidade de processamento de 6 500 peças/hora à importação e 5 000 peças/hora à exportação. Emprega cerca de 200 pessoas.
A DHL Express reclama a liderança no serviço expresso internacional, servindo o mercado português com uma frota de 4-5 aviões, cerca de 200 veículos, 12 instalações e cerca de 700 trabalhadores.
Em Lisboa a corrupção da ANA impede há já 20 anos a construção do novo HUB da DHL, bem ao contrario do Porto omde se fez bem e râpido !…
Lisboa precisa de HUB para DHL e outro para a AMAZON urgentemente no NAL, em 10 anos !
É vergonhoso comportamento dos sucessivos governos do PS que sempre defenderam a TAP contra os operadores privados, como DHL e AMAZON entre outros possíveis. Este monopólio público só prejudicou economia portuguesa em Lisboa. Governo AD tem que “abrir os olhos” para autorizar pelo menos 2 grandes HUB de carga aérea para competir com Barajas / Madrid, acordem !