Portugal subiu três lugares no Ranking da Competitividade Mundial do IMD 2024, cotando-se no 36.º posto entre 67 países e igualando a melhor classificação obtida em 2021.
Portugal melhorou nos quatro indicadores-chave do estudo: nas infra-estruturas subiu da 32.ª para a 26.ª posição, obtendo aí o seu melhor resultado; na performance económica avançou de 42.º para 39.º; na eficiência empresarial passou de 41.o para 39.º; e na eficiência governativa, onde teve o pior resultado, ainda melhorou de 43.º para 41.º
Numa análise dos sub-fatores de cada uma destas áreas, Portugal “obteve as suas melhores pontuações em matérias de educação (21.º), infra-estruturas tecnológicas (24.º), saúde e do ambiente (25.º), quadro científico (25.º), legislação empresarial (25.º) e comércio internacional (25.º)”.
Na inversa, “as piores pontuações relacionam-se com a política fiscal (58.ª posição), práticas de gestão empresarial (46.ª), produtividade e eficiência (45.ª), mercado laboral (45.ª), economia doméstica (44.ª) e finanças (44.ª)”, segundo o estudo.
“Entre as principais melhorias face a 2023 no que respeita ao desempenho económico e à competitividade em geral, o IMD destaca o crescimento da população, o excedente orçamental, o saldo actual das contas públicas e as evoluções no campo da transparência, entre outros fatores”, de acordo com o documento.
Já nos campos “em declínio estão, por exemplo, o crescimento real do PIB per capita, o crescimento real do PIB, a chamada “fuga de cérebros”, o risco de instabilidade política e o crescimento a longo prazo do emprego”, elenca.
Entre os principais desafios para Portugal este ano o estudo aponta que “o primeiro passa por garantir um nível sustentável de crescimento do PIB que permita um aumento sustentável dos rendimentos reais médios, promovendo a diversificação sectorial da economia e resolvendo os problemas potenciais de uma futura dependência excessiva do turismo”.
Além disso, o IMD destaca a “necessidade de reforçar a qualidade da gestão através da criação de estratégias nacionais para promover competências nesta área, na transformação digital e na transição energética”.
Estas “podem alavancar a competitividade das empresas, criando o ambiente adequado para atrair investimento e empregos com maior valor acrescentado”, pelo que “defende-se ainda a adoção de reformas importantes no setor público: na saúde, na justiça, na educação, na segurança social e no panorama fiscal e regulamentar”.
Singapura lidera
Na edição deste ano, o Ranking da Competitividade Mundial do IMD é liderado pela Singapura, que ascendeu três lugares e destronou a Dinamarca, que é agora terceira. No segundo lugar está agora a Suíça (era terceira).
No top 5 do Ranking surgem ainda a Irlanda (caiu dois lugares), Hong Kong (subiu dois), Suécia (+ 2), EAU (+3), Taiwan (-2), Países Baixos (-4) e Noruega (+4).
No seu 36.º lugar Portugal ainda surge a frente de países como o Japão (38.º), Espanha (40.º) e Itália (42.º).
Segundo os seus promotores, o Ranking mostra ainda “que as economias emergentes estão a recuperar o atraso em relação às economias mais avançadas, especialmente nos domínios da inovação, da digitalização e da diversificação”.
Ou seja, “países como a China, a Índia, o Brasil, a Indonésia e a Turquia registaram um rápido crescimento e desenvolvimento nas últimas décadas e tornaram-se intervenientes fundamentais no comércio, no investimento, na inovação e na geopolítica” e a “Malásia, a Tailândia e o Chile também estão a estabilizar ou a melhorar”.
O Gana, a Nigéria e Porto Rico juntam-se ao ‘ranking’ nesta 36.ª edição, uma vez que a “inclusão de países africanos contribui ativamente para os seus esforços de desenvolvimento económico, como defendem os autores do estudo, que explicam como a classificação ajuda a atrair investimento, a informar as decisões políticas e a fomentar um espírito competitivo entre as nações”, refere o documento.
O Ranking da Competitividade Mundial do IMD é elaborado com base em inquéritos a executivos e na análise de 164 dados estatísticos. O inquérito para esta edição foi realizado entre Março e Maio de 2024 junto de 6 612 executivos nas 67 economias.