E se as portagens das auto-estradas tivessem preços variáveis? A Luís Simões, a Infraestruturas de Portugal, a TIS.PT e a Uninova são os parceiros portugueses do projecto Optimum, que visa avaliar os ganhos potenciais do novo modelo para todos os stakeholders.
Portugal foi um dos países escolhidos para testar a nova solução de mobilidade, num projecto europeu que envolve 14 empresas de oito países e terá uma duração de aproximadamente três anos.
O objectivo dos testes é comprovar a viabilidade de praticar preços variáveis, favorecendo a transferência de transportes das estradas nacionais para as auto-estradas, com vantagens para o gestor das estradas nacionais (redução de custos de manutenção), para o operador das auto-estradas (maior ocupação) e para o transportador (redução de custos e tempo/conforto envolvido na viagem). Para além dos ganhos externos, em termos de ambiente, segurança, etc..
A fixação dos preços variáveis resultará da análise do Big Data proporcionado pelos sensores de tráfego das estradas e auto-estradas, das informações das redes sociais (sobre acidentes, congestionamentos,…), previsões meteorológicas, etc.., com recurso a um algoritmo que gerará os preços automaticamente e os disponibilizará em tempo útil numa aplicação que acessível online.
Na posse desta informação, o transportador poderá optar, caso a caso, entre utilizar a estrada nacional ou a auto-estrada.
A Luís Simões tem alocados aos testes-piloto dez viaturas pesadas, geridas a partir do Centro de Operações de Transportes de V.N. Gaia, fazendo-se as circulações em cinco auto-estrada do Norte e Centro.
Em comunicado emitido a propósito, a operadora sublinha que “o maior desafio foi passar a incorporar no processo de planeamento uma variável considerada fixa: o preço da portagem. Foi necessário introduzir alterações nos processos de planeamento, formação dos planeadores e envolvimento dos condutores, de modo a conseguir avaliar de forma mais concreta os preços e os resultados reais das opções de percurso. A LS está a testar determinados itinerários quase que em laboratório, permitindo ver os ganhos por troço de auto-estrada, em termos de consumo e tempo versus o pagamento de portagem”.