O conselho de administração da SATA desaconselhou a venda em curso, mas a presidente cessante considera importante que a Azores Airlines seja privatizada para poder continuar a crescer.
“Eu acho que é importante, efectivamente, a companhia [Azores Airlines] ser privatizada, porque a SATA precisa de crescer. O único problema da SATA e daqueles resultados […] é que não temos capacidade para diluir custos”, disse Teresa Gonçalves à “Lusa”, no último dia como presidente do Conselho de Administração do grupo de aviação público dos Açores.
Segundo a responsável, que falava à margem da apresentação dos resultados operacionais do primeiro trimestre de 2024, na SATA não existem aviões suficientes e também “não há capacidade para injectar dinheiro na companhia”.
“Portanto, a SATA precisa de crescer, precisa de ter uma entidade privada que injecte dinheiro na companhia e que se consigam diluir os custos, e depois continuar o percurso que temos feito. Porque a SATA está estrategicamente colocada no meio do Atlântico, liga a América do Norte, a Europa e, portanto, é continuar agora este trabalho”, defendeu.
Teresa Gonçalves tomou posse como presidente da SATA em Abril de 2023, após a saída de Luís Rodrigues para a liderança da TAP, e sai hoje, na sequência da demissão por “motivos pessoais”, segundo o Governo Regional.
Questionada pela “Lusa” sobre as razões da sua saída e do administrador financeiro Dinis Modesto, Teresa Gonçalves apenas respondeu: “Nós não abandonámos [a SATA]. Nós cumprimos o nosso trabalho da forma mais profissional que conseguíamos. Quando achamos que já não conseguimos efectivamente agir de acordo com os nossos princípios e as nossas crenças e a forma como efectivamente achamos que devemos agir, pronto, temos que nos retirar.”
“Vou muito satisfeita porque acho que fiz um trabalho muito bom. Eu, o Conselho de Administração, o Dinis [Modesto], que vai sair comigo, e os trabalhadores”, rematou.