O presidente da TAP, Luís Rodrigues, acha que o Estado deve manter uma participação na companhia após a privatização. O Governo acha que ele deve concentrar-se na gestão e deixar o resto para o accionista.
“A minha recomendação seria que o Governo português mantivesse uma posição [no capital da TAP privatizada], fizesse parte de todo o processo de desenvolvimento“, disse Luís Rodrigues, em entrevista ao “Finantial Times”.
O presidente da companhia nacional justificou dizendo que, dessa forma, garante-se que “se os actores mudarem, ninguém entrará com uma agenda diferente”, apontando como exemplo a necessidade de servir as regiões autónomas da Madeira e dos Açores.
“Acho que em algum momento poderemos estar prontos para uma venda de 100%, mas vamos passo a passo”, acrecentou.
Quem não gostou das declarações ao prestigiado jornal financeiro inglês foi o ministro que tutela a TAP.
“Eu concordo que o presidente da TAP se deve focar na gestão da TAP e não se imiscuir em problemas que são do accionista”, afirmou o ministro das Infraestruturas. “O presidente da TAP deve-se focar na gestão da TAP e a TAP bem precisa de boa gestão e, nesta altura, é isso, cada um deve desempenhar o seu papel”, reforçou Miguel Pinto Luz, em declarações aos jornalistas, à saída de uma reunião ministerial em Bruxelas.