O primeiro comboio de mercadorias do Reino Unido para a China partiu ontem de London Gateway com destino a Yiwu. O serviço surge numa altura em que a procura de ligações ferroviárias de mercadorias China-Europa está em crescimento.
A composição tem a chegada a Yiwu prevista para 27 de Abril. O comboio partiu de Londres com 30 contentores carregados com whisky, refrigerantes, vitaminas e produtos farmacêuticos.
Os serviços ferroviários entre a Europa e a China estão a registar aumentos nos volumes transportados, à medida que a oferta cresce e os carregadores aproveitam os benefícios de custos e tempos de trânsito disponíveis.
De acordo com a United Transport and Logistics Company (UTLC), operador de transporte intermodal criado pelos caminhos-de-ferro da Rússia, Bielorrússia e Cazaquistão, os volumes em Março subiram 140% em relação ao ano passado, enquanto os 30 600 TEU movimentados no primeiro trimestre quase equivalem ao pico do quarto trimestre de 2016.
“Apesar das celebrações do Ano Novo Chinês, que normalmente causam uma queda na procura de transportes nos primeiros meses do ano, os volumes do primeiro trimestre estão próximos dos 36 600 TEU transportados no quarto trimestre [do ano passado] e superam o resultado do terceiro trimestre de 29 900 TEU”, refere, citado pela assessoria de imprensa, Alexey Grom, presidente da UTLC.
A companhia indica que grande parte do crescimento se deve ao lançamento de serviços regulares em parceria com a DB Cargo Rússia. Mas há outros serviços ferroviários de mercadorias entre Europa e China recentes. O transitário britânico Davies Turner introduziu um serviço ferroviário semanal a dia fixo para as expedições de cargas fraccionadas LCL de Wuhan e Hefei para o Reino Unido e Irlanda.
“O grande argumento de venda é que o custo é cerca de 70% menor do que o transporte da carga por via aérea e 16 dias mais rápido do que por via marítima”, afirma Philip Stephenson, presidente da Davies Turner.
As opiniões dividem-se quanto à capacidade do transporte ferrvoviário ganhar quota ao marítimo e ao aéreo, e sobre qual dos modos será o mais afectado. No imediato, considerando os volumes em causa, não se poderá falar realmente em perdas de mercado; a prazo, atendendo à capacidade de oferta da ferrovia (reduzida face ao transporte marítimo) o transporte aéreo poderá sofrer a maior concorrência.