Inédito. O primeiro ministro decidiu revogar o despacho de ontem do ministério de Pedro Nuno Santos sobre a nova solução aeroportuária de Lisboa.
Em comunicado, o gabinete de António Costa dá conta que “o primeiro-ministro determinou ao Ministério das Infraestruturas e da Habitação a revogação do despacho ontem [quarta-feira] publicado sobre o novo aeroporto da região de Lisboa”.
No comunicado, o primeiro ministro “reafirma que a solução tem de ser negociada e consensualizada com a oposição, em particular com o principal partido da oposição e, em circunstância alguma, sem a devida informação prévia ao Presidente da República”.
“Compete ao primeiro-ministro garantir a unidade, credibilidade e colegialidade da ação governativa. O primeiro-ministro procederá, assim que seja possível, à audição do líder do PSD que iniciará funções este fim de semana para definir o procedimento adequado a uma decisão nacional, política, técnica, ambiental e economicamente sustentada”, reforça o comunicado, que desautoriza o ministro Pedro Nuno Santos.
O despacho ontem publicado em Diário da República e assinado pelo secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Santos Mendes, define, no essencial, a construção do aeroporto do Montijo, para estar operacional em 2026, e o arranque da construção do aeroporto de Alcochete, até 2035, quando deverá fechar o aeroporto Humberto Delgado.
O anúncio da nova solução aeroportuária colheu de surpresa o líder do PSD, o Presidente da República e, ao que parece, o próprio primeiro ministro, em Madrid para a cimeira da NATO.