A Loftleidir Cabo Verde anunciou em comunicado o início de um processo arbitral contra o estado cabo-verdiano a propósito da TACV.
No comunicado enviado ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS pela assessoria de imprensa do grupo islandês, é dito que o processo decorre no Tribunal Arbitral Internacional de Paris, “por forma a fazer valer os seus direitos”.
A Loftleidir Cabo Verde sustenta que “já tinha rejeitado todas as acusações de incumprimento contratual alegadas pelo estado” cabo-verdiano.
“Em Julho de 2021, o estado de Cabo Verde rescindiu de forma unilateral o contrato celebrado entre as partes para efeitos de reinício das operações da TACV assinado em Março de 2021, gerando assim avultados prejuízos para a Loftleidir Cabo Verde”, acrescenta o comunicado.
Cabo Verde vendeu, em Março de 2019, 51% da TACV, por 1,3 milhões de euros, à Lofleidir Cabo Verde, empresa detida em 70% pela Loftleidir Icelandic EHF (grupo Icelandair, que ficou com 36% da Cabo Verde Airlines – nome comercial da TACV) e em 30% por empresários islandeses com experiência no sector da aviação (que assumiram os restantes 15% da quota de 51% privatizada).
O estado manteve uma posição de 39%, enquanto os restantes 10% foram vendidos aos trabalhadores da companhia e a emigrantes.
Porém, a 6 de Julho último os 51% da TACV foram renacionalizados, com o governo a alegar vários incumprimentos na gestão.
O primeiro ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, anunciou, quarta-feira passada, no parlamento, que a TACV vai voltar a operar em Dezembro deste ano. A companhia não opera voos comerciais desde Março de 2020, devido às restrições para combater a pandemia de Covid-19, durante o primeiro trimestre de 2022.