O transporte ferroviário de mercadorias em França decaiu 7% no primeiro semestre do ano. A SNCF Fret perdeu quota de mercado em favor dos operadores privados.
Os números divulgados pela RFF, a entidade homóloga da portuguesa Refer, medem o tráfego em comboios-km (i.e., o número de comboios multiplicado pelos quilómetros percorridos).
A queda registada deve-se em boa parte à paralisação de 15 dias que a SNCF Fret sofreu em Abril, a que se seguiram outras greves em Maio e Junho.
Ao invés, importa ter em conta que a comparação é feita com o primeiro trimestre de 2009, quando a crise económica atingiu o seu ponto mais agudo.
Contra a performance da empresa pública, as companhias privadas tiveram um comportamento bastante mais satisfatório, ainda de acordo com a RFF, responsável que é atribuição dos direitos de circulação.
A quota de mercado dos operadores privados será agora de 15%, em termos de comboios-km, ou mesmo de 20%-25%, se medida em toneladas-km.
Na prática, sublinha a gestora da infra-estrutura, os operadores privados detêm em França uma fatia de mercado sensivelmente igual à dos concorrentes privados da Deutsche Bahn na Alemanha, sendo que na Alemanha a liberalização do mercado ferroviário de carga aconteceu em 1994, enquanto em França só avançou em 2006.
Os números parecem, assim, desmentir os que criticam a falta de abertura à concorrência do mercado francês, conclui a RFF.