O governo da Guiné-Bissau promete para Setembro o anúncio do futuro concessionário do porto de Bissau. O sindicato dos trabalhadores da administração portuária está contra a privatização.
Fontes do governo guineense indicaram à “Lusa” que o vencedor do concurso internacional para a gestão do porto de Bissau será anunciado em Setembro. Na corrida estão a ICTSI, das Filipinas, e a francesa Necotrans (que poderá estar na mira do grupo Bolloré).
Quem vencer, já se sabe, ficará com a responsabilidade de pagar uma divida de 5,9 milhões de euros à Tertir, que através da Guiport geriu o
porto comercial de Bissau entre 1992 e 1999, ano em que o então governo de transição rescindiu, de forma unilateral, o contrato de concessão e exploração.
Quem está “liminarmente contra” o processo é o sindicato dos trabalhadores da Administração dos Portos da Guiné-Bissau (APGB).
O ministro dos Transportes e Comunicações, Fidelis Forbs, indicou à “Lusa”, em Julho, que estava tudo encaminhado e explicado aos trabalhadores sobre os moldes da cedência da gestão do porto comercial de Bissau.
Agora, o presidente do sindicato, Ivo Cá, negou que os trabalhadores tenham sido alguma vez informados e pediu a intervenção urgente do chefe de Estado guineense, José Mário Vaz, para evitar o que disse ser um “descalabro iminente” para o próprio país.
Ivo Cá contestou o governo quando afirma que o porto tem de ser privatizado por ser a única forma de o salvar da bancarrota, desafiou o Executivo a apresentar o resultado de um estudo sobre o modelo de gestão e ainda instou o Estado guineense a pagar uma dívida com o porto.