O primeiro protótipo do comboio português deverá estar concluído em 2025, anunciou o presidente em exercício da CP, em Ermesinde, Valongo.
“Conseguimos o financiamento e vamos mesmo avançar, e até 2025 vamos ter três carruagens protótipo em Portugal”, disse Pedro Moreira, numa sessão integrada no festival ferroviário Entrelinha.
Mário Duarte, da SERMEC, empresa que lidera o consórcio promotor do comboio português, confirmou o prazo e adiantou que as três carruagens serão “uma piloto de primeira classe, uma segunda com bar, e uma terceira também de segunda classe, com acesso com as bicicletas”.
O projecto em desenvolvimento “tem uma grande característica que é o ‘push-pull'”, detalhou Mário Duarte, referindo-se à tecnologia que permite que o comboio, além da locomotiva e das carruagens comuns, tenha uma carruagem com lugar de maquinista incorporado numa das pontas, permitindo que a locomotiva não tenha de mudar de uma ponta do comboio para a outra de cada vez que muda o sentido da viagem, funcionando, na prática, como uma automotora.
Além da SERMEC e da CP, participam no consórcio a Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP), a Busrail, o Centro de Apoio Tecnológico à Indústria Metalomecânica (CATIM), a Fibrauto, o Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica de Engenharia Industrial (INEGI), a Nomad Tech, a New Sign Solutions, a Plataforma Ferroviária Portuguesa (PFP), a Phyxius Holding, a Sunviauto e a Universidade do Porto.
O projecto faz parte das Agendas Mobilizadoras para a Inovação Empresarial e já teve decisão favorável, envolvendo no total 69,9 milhões de euros, dos quais 56,3 milhões de empresas e 13,6 milhões de não empresas.
Mário Duarte referiu que o comboio português pode potenciar a “diminuição das importações”, a “incorporação da economia nacional” em 75% e “conseguir exportar”. “Depois de ter este comboio homologado e certificado, podemos concorrer aos diversos concursos a nível europeu”, salientou.