O prolongamento do quebra-mar de Leixões estará pronto no final 2023 e custará mais 54 milhões de euros que o inicialmente previsto.
“A dragagem está concluída, o quebra-mar estará pronto no final do próximo ano”, disse, em entrevista à “Lusa”, o presidente da administração portuária de Leixões.
Devido à inflação, haverá uma “passagem de 131 para 184 milhões de euros” nos custos da obra face à adjudicação inicial, ou seja, cerca de “mais 54 milhões de euros”, fora os custos da fiscalização da empreitada, de “cerca de três milhões”, referiu Nuno Araújo.
Para fazer face a estes sobrecustos, a APDL teve de “congelar procedimentos concursais que tinha em curso”, especificamente “o novo posto de inspecção fronteiriço” e “a doca 1 norte [cujo co-financiamento pelo CEF Transportes foi aprovado na terça-feira]”, que conjuntamente perfazem 35 milhões de euros.
A solução, para a administração portuária, foi tanto a suspensão destes concursos como “mexer naquilo que é a única fonte de receitas”, ou seja, as tarifas portuárias, que serão aumentadas em 2023.
“Este aumento permite que a APDL tenha capacidade de endividamento”, disse o gestor à “Lusa”, detalhando que, assim, pode recorrer a uma linha do Banco Europeu de Investimento (BEI) de 35 milhões de euros “que é possível ir até aos 60 milhões de euros, e com isso pagar e amortizar os empréstimos” em curso.
Quanto a novos investimentos no porto de Leixões, Nuno Araújo aponta ao “novo terminal de contentores, que é hoje o terminal multiusos e será reconvertido” numa infra-estrutura também multifuncional.
“O concurso está muito brevemente para ser lançado, um investimento considerável a ser feito por privados, é certo”, permitindo “receber os navios de maior dimensão”.
Segundo Nuno Araújo, quando os investimentos estiverem concluídos, Leixões voltará “à fasquia” que já teve no passado, podendo receber “cerca de 70% da frota mundial” de navios, ao contrário dos 40% actuais.
“O novo terminal é uma coisa que custa 250 milhões de euros, e o futuro terminal a Norte, que está em Estudo de Impacto Ambiental, pode custar 450 milhões de euros”, elencou.