O início iminente das exportações de carvão pelo porto de Nacala-a-Velha, em Moçambique, pode ter sido comprometido pela queda de uma das duas empilhadoras de carvão que estão a ser ali montadas.
O Grupo Vale informou ainda em comunicado que o incidente, que não causou danos pessoais, está a ser analisado pelo fornecedor do equipamento e responsável pela sua montagem, que já enviou uma equipa para o local a fim de averiguar as causas do ocorrido.
A empilhadora de carvão, ou “coal stacker”, é um equipamento de grandes dimensões.
Fontes citadas pela “Reuters” disseram que este incidente representa mais um problema para as operações da subsidiária Vale Moçambique que carece ainda das infra-estruturas necessárias para o escoamento do carvão mineral que está a extrair em Moatize, província de Tete.
Até à data, a Vale tem estado a exportar carvão através da linha de caminho-de-ferro do Sena, que tem uma capacidade de carga limitada, pelo que tem estado a investir cerca de quatro mil milhões de dólares na construção de uma linha alternativa que, saindo de Moatize chega a Nacala depois de atravessar o Malaui.
A linha de caminho-de-ferro, com uma extensão de 900 quilómetros, e o porto de Nacala-a-Velha fazem parte do chamado Corredor de Nacala, consórcio entre a estatal Portos e Caminhos-de-Ferro de Moçambique e a Vale, que vendeu ao grupo japonês Mitsui uma parcela de 35% no Corredor e de 15% na mina de carvão.
Na semana passada, José Otoni, director do Corredor de Nacala, anunciou que o embarque normal de carvão será efectuado a partir de Agosto.
“Em 2017, quando atingirmos a capacidade instalada do porto, estaremos a exportar 22 milhões de toneladas de carvão por ano e até essa data estaremos a exportar 18 milhões de toneladas de carvão por ano, quando estaremos a operar com 89 locomotivas e 1 862 vagões”, disse Otoni.