O Governo desistiu de privatizar a CP. Por causa dos riscos associados à queixa apresentada em Bruxelas sobre alegadas ajudas ilegais à empresa. A Alstom era a única candidata.
No final da reunião do Conselho de Ministros, o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, explicou que a decisão de não avançar com a privatização a empresa teve em conta “os riscos associados ao prosseguimento desta operação e mostra que não há enhuma obsessão do Governo em relação às privatizações”.
Segundo o governante, a queixa da Bombardier à Comissão Europeia, alegando que a EMEF recebeu ajudas estatais de 90 milhões de euros, “é uma ameaça muito importante ao futuro da empresa”.
A queixa da Bombardier em Bruxelas “coloca no futuro uma contingência de valor e data desconhecida que interfere com a proposta e com o encaixe da operação”, acrescentou a secretária de Estado do Tesouro, Isabel Castelo Branco.
Sérgio Monteiro realçou que “o processo [de privatização da EMEF] termina aqui”, diantando que, a partir de agora, será acelerado o processo de reestruturação da empresa de manutenção ferroviária, que tem justamente como principal cliente a CP.
“A reestruturação da empresa que tem vindo a ser feita continuará, mas agora num contexto de maior rapidez e constrangimento temporal porque a CP não pode prestar qualquer tipo de apoio à EMEF”, declarou.
Questionado pelos jornalistas sobre os moldes dessa reestruturação, o secretário de Estado adiantou que serão dadas “instruções” à CP para apresentar um plano para que “a empresa não tenha mais problemas de tesouraria nem necessite de se endividar junto da banca até porque a CP não tem disponibilidade para prestar garantias a esse financiamento”.
A Alstom era a única candidata à privatização, depois do afastamento da Bavaria.