Caso o limite máximo de 0,5% de teor de enxofre no combustível dos navios avance em 2020, como a IMO pretende, os custos anuais dos transportadores com combustível poderão quadruplicar face a 2016 e ascender a 60 mil milhões de dólares (56,63 milhões de euros), prevê a Wood Mackenzie.
A nova regulação obrigará os transportadores a utilizar combustíveis alternativos como gasóleo o naval (MGO) ou a instalar filtros nos navios.
“Instalar filtros pode ser uma opção economicamente atractiva. Embora haja um investimento inicial, os transportadores pode esperar uma elevada taxa de retorno, de entre 20% e 50%, dependendo do custo de investimento, da distribuição de MGO e do consumo do navio”, refere, citado em comunicado, o responsável na Wood Mackenzie pela refinação na Ásia, Sushant Gupta.
O mesmo responsável avisa, porém, que, “apesar do retorno atractivo, a taxa de penetração de filtros pode ser limitada pelo acesso a financiamento, a capacidade produtiva desses foltros, espaço em doca seca e incertezas tecnológicas”.
Gupta recorda que “o sector do transporte marítimo é tradicionalmente lento a reagir, mas neste caso os pioneiros na adopção podem ser altamente beneficiados” e que a opção pelo MGO sairá mais cara.
O especialista da Wood Mackenzie indica que o sobrecusto com o cumprimento das normas de teor de enxofre a partir de 2020, caso a IMO avance, deverá ser passado para os clientes. Sushant Gupta antecipa um aumento de um dólar por barril nos preços médios dos fretes no Médio Oriente-Singapura.
A mesma fonte prevê, além disso, alterações das localizações para reabastecimento. Com o MGO, a China deverá ganhar importância, em detrimento de Singapura.