O Reino Unido e os EUA iniciaram hoje as negociações para um acordo comercial “ambicioso” após o período de transição pós-Brexit, que termina no final do ano.
A ministra do Comércio Internacional britânica, Liz Truss, e o representante dos Estados Unidos, Robert Lighthizer, iniciaram por videoconferência a primeira ronda de negociações programada para durar aproximadamente duas semanas, à frente de equipas com cerca de 100 pessoas cada.
“Queremos chegar a um acordo ambicioso que abra novas oportunidades para as nossas empresas, atraia mais investimentos e crie melhores empregos para as pessoas em todo o país”, afirmou Liz Truss, em comunicado.
O comércio entre os dois países chegou a 220,9 mil milhões de libras (253 mil milhões de euros) no ano passado.
As exportações para os Estados Unidos representaram quase 20% das exportações britânicas, de acordo com um relatório do governo, que tem o objectivo de aumentar o comércio entre os dois países em 15,3 mil milhões de libras (18 mil milhões de euros) a longo prazo, em comparação com 2018.
Um dos argumentos do primeiro-ministro britânico para a saída da União Europeia (UE) foi a possibilidade de negociar acordos com países terceiros, e Boris Johnson e Donald Trump comprometeram-se, recentemente, a negociar um acordo de comércio “o mais rápido possível”.
Porém, a oposição receia que um novo acordo de comércio com os EUA implique uma cedência em termos de normas ambientais e alimentares e o acesso de empresas norte-americanas ao serviço de saúde público britânico, o que o governo rejeitou.
As negociações do Reino Unido e EUA acontecem em paralelo com as negociações com a UE para um acordo de comércio pós-Brexit, que Londres espera concluir até ao final do ano, quando termina o período de transição.