A Renault assinala, em 2020, os 40 anos do seu furgão de grandes dimensões, o Master. São três gerações, com a mais recente a entrar nas energias alternativas.
A produção da Master I foi iniciada em 1980, na fábrica da Renault de Batilly (França). A primeira geração do modelo esteve no activo durante 17 anos, ou seja, até 1997 (a fase 1 até 1994 e a fase 2 nos últimos três anos da carreira comercial). Com três distâncias entre eixos diferentes (2,81 m, 3,23 m e 3,70 m), esta geração teve diversos tipos de carroçaria, entre furgão, minibus (com a colaboração da empresa Heuliez) ou chassis-cabine (que podia montar arca frigorífica, caixa basculante ou ser transformada em auto-caravana). Destaque ainda para a porta lateral.
Houve ainda uma versão da Master I a participar no mítico Rali Paris-Dakar, em 1987, designada por “B90”. Uma variante com transmissão integral da Master viria a ser vendida ao público em 1990.
A Master II começou a ser pensada e desenvolvida em 1987, mas apenas chegou aos concessionários em 1997. Foram 10 anos com avanços e recuos, justificados pelo sucesso comercial da primeira geração, mas também por negociações da Renault com outros construtores para uma parceria comercial (primeiro com a DAF e depois com a General Motors), que tardaram em concretizar-se. Quando, finalmente, viu a luz do dia, a segunda geração Master tinha versões furgão (de três portas e três lugares ou quatro portas e três lugares), combi (de três portas e sete lugares e quarto portas e sete lugares), plancher-cabina, minibus e chassis-cabine.
Com plataforma partilhada com Nissan Interstar e Opel Movano e algumas partes da carroçaria comuns às encontradas na Iveco Daily, esta segunda geração viu a produção estender-se a cerca de um milhão de exemplares ao longo dos 13 anos em que foi vendida. Tendo sido nomeada “Van of The Year” em 1998, foi comercializada até 2010 (fase 1 entre 1997 e 2003 e fase 2 de 2003 a 2010).
A Master III é a actual geração do modelo e já contou com três fases (fase 1 de 2010 a 2014, a fase 2 de 2014 a 2019 e, pela primeira vez, a fase 3, que chegou em 2019. Produzida em Batilly, mas também em Curitiba (Brasil), a terceira geração do furgão francês aumenta novamente a capacidade de oferta em termos de versatilidade, no que toca às carroçarias: furgão (três portas e dois lugares, três portas e três lugares ou quatro portas e três lugares), combi (três portas e sete lugares ou quatro portas e sete lugares), minibus (cinco portas e sete lugares), plancher-cabina, autocaravana (três portas e dois lugares), bus (três portas e 16 lugares) e chassis-cabina.
Na mais recente fase, a Master apresenta-se com quatro opções de comprimento e três de altura, que fazem variar o volume de carga entre os 8 e os 22 m3 a que se juntam ainda três variantes de transmissão: tracção dianteira, traseira ou às quatro rodas (Master Extended Grip).
Evolução de motorizações
A propósito de mecânica, sem surpresa, também nas três gerações do veículo comercial ligeiro de maiores dimensões da Renault se assistiu a uma evolução ao nível dos motores.
Se quando nasceu, dispunha até de variantes a gasolina (2.0 litros de 80 cv e 2.2 litros de 97 cv), as variantes diesel foram sempre, naturalmente, as de maior sucesso. No caso do Master I, a sua potência variava entre os 66 e os 94 cv (nos propulsores de 2.1 litros e 2.5 litros, respectivamente).
Na Master II, a variedade de motorizações também aumentou, vendo o modelo servir-se primeiro da tecnologia dTi (1.9 com 80 cv e 2.8 com 115 cv) e mais tarde da dCi (1.9 de 80 cv, 2.2 de 90 cv, 2.5 de 100 e 120 cv, 2.8 de 105 cv e 3.0 de 136 e 156 cv).
Já na Master III, a Renault reduziu toda a gama a um único motor diesel, 2.3 dCi, mas com sete níveis de potência: 100, 110, 125, 145, 150, 165 e 170 cv. A grande novidade é a recente motorização eléctrica, presente na Master ZE, lançada pela marca francesa em 2018. Entretanto, em Outubro de 2019, o construtor lançou uma versão a hidrogénio, designada de Master ZE Hydrogen, que tem uma autonomia de 350 km.