A Renfe continua apostada em lançar um serviço de passageiros entre Paris e Londres, através do túnel da Mancha, concorrendo com a Eurostar.
O desejo não é de agora, aliás o projecto inicial seria de uma ligação entre Londres, Paris e Marselha, mas até ao momento a Renfe tem sofrido com a resistência da gestora da infra-estrutura gaulesa e do operador incumbente SNCF.
As coisas poderão melhorar, contudo, agora que a Ouigo, controlada pela operadora pública francesa, já começou a operar no mercado doméstico espanhol. Do lado de lá da Mancha, acredita a operadora espanhola, quer a Eurotunnel, quer a gestora da linha de Alta Velocidade britânica estarão receptivas ao projecto.
A proposta da Renfe contempla a utilização de pelo menos sete composições (que teriam de ser certificadas para cruzarem o túnel da Mancha) e aponta para a obtenção dos primeiros lucros ao quarto ano de operação. A ligação entre as capitais será apenas o primeiro passo para construir uma rede em França e para lá dela.
Os projectos de internacionalização da Renfe não são de agora. A companhia opera a ligação de Alta Velocidade entre as cidades santas do Islão, na Arábia Saudita, está envolvida em projectos da AV nos EUA, no México e no Reino Unido, e no corredor Rail Baltica.
Recentemente, em Agosto passado, comprou uma participação de 50% na Leo Express, o operador ferroviário privado que actua na República Checa, Polónia e Eslováquia e, num futuro próximo, também na Alemanha.